sábado, 21 de setembro de 2013

A arqueologia Bíblica e o pressuposto da revelação universal

A arqueologia tem que ser aceita assim como todas as ciencias humanas como uma ferramenta de interpretação e de compravação desta interpretação do significado bíblico. Contudo a revelação do significado da mensagem divina que está na Bíblia não é fundamentalmente uma revelação natural e física, apesar de ser antrópica,pois os homens precisam de compreender a mensagem. O homem não compreenderá uma mensagem que Deus comunique, se Deus não comunicar de formas compreensiveis ao sentido humano. O homem tem sentidos que percebem o mundo, mas também tem um sentido metafísico e/ou espiritual que também se comunica com Deus, ou que Deus se comunica com o homem. A comunicação divina então não é limitada a lógica e a razão, está também ligada a fé. A arqueologia pode dar fatos lógicos e racionais, contudo não pode incluir a fé, portanto a arqueologia assim como toda ciencia humana não pode ser a base da verdade ou do significado bíblico. A interpretação da Biblia tem que seguir o pressuposto que a compreensão do que está escrito na Bíblia é acessível a todos que podem ler ou ouvir as palavras da Bíblia. No tempo do Velho Testamento e mesmo uma boa parte da história humana, até o tempo moderno, os homens não eram alfabetizados,portanto não sabiam ler, isto no entanto, não foi motivo que impediu a interpretação ou a compreensão da Bíblia por pessoas comuns, pois a leitura pública e o ensino por meio de parábolas, provérbios, salmos e outras formas traziam a mensagem para o povo comum. Diante deste pressuposto que Deus é acessível a todos os seres humanos, pois Ele não faz acepção de pessoas, sua revelação também é acessivel, a partir do momento que ela é “apresentada” ao homem. Obviamente estamos diante do fundamento da comunicação que é tem que haver um comunicante e um comunicado, e a comunicação tem que existir, senão não existe comunicação. Mas esta comunicação é compreensivel, ou antrópica, pois Deus quer se revelar, não quer se esconder, contudo parte de sua revelação é simbólica, pois Deus promove a busca como forma de promover a sinceridade e a honestidade da compreensão humana. A arqueologia então não pode suprimir a fé, nem mesmo se tornar a fonte da interpretação, pois o contexto histórico é apenas uma realidade cultural, mas não é a fonte de revelação. O autor bíblico pode ter tido uma mensagem superior aos seu próprio conhecimento ou de seu povo, ou pode ainda ultrapassar um paradigma cultural, criando um novo conceito. Sua crença pode ser até uma contradição de um conceito cultural de sua história. A arqueologia assim como todo conhecimento científico humano, seja histórico, antropológico, psicológico, sociológico, filosófico, todo conhecimento não compromente a revelação universal de Deus,pois Deus se revela para todos, e todos podem compreender a mensagem de Deus. A Bíblia que é sua revelação escrita é compreensível a todos os homens, mesmo sem conhecimentos, os homens que ouvirem ou lerem a Bíblia poderão entender sua mensagem. O único impeditivo não é o conhecimento, é a comunicação, ou seja, o homem precisa "ouvir" ou "ler" esta mensagem escrita para compreende-la. Então como ouvirão se não há quem pregue? E eu acrescentaria: Como lerão se não há um livro traduzido em lingua compreensivel em suas mãos? Este é meu 51 texto do Blog!

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A Concepção de Caos na Criação

A concepção de “caos” na palavra apresentada em Genesis 1.2 pode ser contextual, assim como já discutimos o termo “céu”. O termo “caos” produz no homem moderno um sentido de um “universo ou céu” desorganizado, ou em estado de total crise, como um ambiente de guerra ou de devastação. Quando então pensamos em “caos” ligamos logo a um motivo que criou este caos, torna-se natural então pensar que houve uma situação que criou este caos. Por este pensamento que criou-se a teoria da guerra angelical que produziu o caos, como forma de explicar a existência do caos, pois o caos no conceito moderno não encaixaria numa obra de Deus. Para então explicar a existência do caos, teria que ter acontecido um evento anterior que produziria o caos, mas isto não poderia ter sido um caos produzido por Deus, ou mesmo, o caos não seria a situação original da criação, pois o caos neste caso está sendo ligado ao mal. Mas e o conceito da cosmovisão contextual do texto bíblico, ou dos tempos de Moisés ou do antigo Egito? Quando olhamos para este período, o caos se torna um “ser” ou um “estado” personificado ou seja um tipo de “deus”. Este “deus” opõe-se a outro que seria o “cosmos”. O Caos seria um deus em estado desorganizado e o Cosmos um deus organizado. Como um dualismo que se contrapõe e ao mesmo tempo equilibra a existência do universo. Olhando por este aspecto, poderíamos interpretar o caos de Genesis 1.2 como um momento de desorganização, daquilo que já foi criado, ou ainda do momento de organização daquilo que estava sendo criado, como se fosse um momento físico de organização diante do desorganizado. Isto poderia ser apenas o próprio momento da criação, e não um tipo de recriação ou reorganização daquilo que tinha sido desorganizado, pois havia sido criado organizado antes. O pensamento que Deus teria que ter criado organizado é somente uma suposição, não um pressuposição lógica, na verdade, a idéia que o organizado foi organizado do desorganizado é até lógico no conceito físico que vivemos. Voltando ao pensamento contextual da época a idéia da reorganização também pode ser readmitida, pois o próprio pensamento de um caos gerado por um tipo de guerra espiritual anterior, é também o pensamento antigo, que ligava a possibilidade de seres estarem produzindo um caos, ou uma desorganização até que um Ser maior põe fim a desordem ou ao caos, estabelecendo a ordem, ou o estado atual do universo. Este pensamento cria a possibilidade uma nova desordem, ou de eminentes guerras entre os deuses, que possam tomar posse do domínio celestial e assim estabelecer uma nova ordem celestial. A idéia que o caos foi um descontrole de Deus, cria também uma hipótese de falibilidade de Deus, ou ainda de retirar de Deus o controle ou poder sobre o universo. É como se Deus tivesse perdido o controle, então o universo tivesse entrado em caos, ai Ele reconquistou. Mas isto retira de Deus sua onipotência, onisciência e O coloca como um “ser” presencial que é falível e é interferivel sua atuação. A idéia egípcia de um deus maior emergindo das águas ou de um mar pré-existente, também cria uma idéia de um deus inferior ou de um deus adormecido, que surge num momento que ele mesmo não criou ou não tinha poder de modificar. A idéia final do versículo que diz estar o cosmos “sem forma e vazio” pode trazer de novo o pensamento da destruição, mas pode ser o momento da “organização”. Percebemos então que estes dois pensamentos se contrapõe, mas também podem se completar, ou ainda podem se explicar. Também podem ser aplicados aos dois momentos históricos, ou seja, o período antigo dos tempos das escritas bíblicas e o período moderno da leitura do texto. Mas tempos que sempre considerar que a Bíblia não se submete ao pensamento humano, ela está relatando a verdade absoluta e eterna de Deus, portanto apesar do pensamento contextual seja ele moderno ou histórico, com certeza Deus não está submetido a uma sociedade de deuses, nem foi atingido por um episódio que não tinha controle, ou ainda nem perdeu o controle ou o governo da situação. Ele sempre será o Deus todo poderoso, soberano, onisciente, onipresente, e eterno.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Amor "Pervertido"

Eu convivi com um grupo de cristãos que criaram uma conceituação sobre o amor. Farei então um estudo de caso, criando uma apologética bíblica. Farei esta análise através de uma análise lógica, mas baseada não em conceitos humanistas, baseado nos conceitos que estão na Bíblia. Este conceito de amor que este grupo prega não demonstra um embasamento bíblico, mas demonstra uma lógica que eles desenvolveram num contexto fundamentalista de influência norte americana. Talvez possa auxiliar outros que estejam sendo influenciados por estes conceitos fundamentalistas de linha mais extremista e ufanista. Este conceito de amor busca a comprovação de que o amor pode ter uma demonstração “pervertida”. Apesar de a palavra “perversão” poder estar ligada a ideia de impureza sexual, o que de forma inconsciente, este conceito pode levar uma reação muito negativa e até com uma grande rejeição. A única ideia de perversão que podemos considerar como bíblica é a que está ligada ao conceito da “degradação do perfeito”. A perversão então seria que “uma criação original ou perfeita, por algum motivo se torna imperfeita ou destituída do estado original”. Considerando o conceito de que perversão é a modificação do estado original, podemos relembrar o grande conceito bíblico da criação, que foi criada perfeita, e com a “queda” ou a “entrada do pecado no mundo perfeito”, este pecado perverteu o estado original. Neste caso o original não precisa perder características de sua originalidade perfeita, mas sim obter características diferentes, e imperfeitas, ou ainda, fora do padrão de Deus. Ainda considerando esta linha de pensamento, podemos até pensar na possibilidade que esta tese pode ser bíblica, pois seria o pensamento que alguém poderia ter um “amor imperfeito” ou um “amor fora do padrão de Deus”. Se, entretanto, o conceito de perversão criar um pensamento de “impureza sexual”, este “amor pervertido” teria que ser um tipo de amor sexual, não emocional, mas ligado ao desejo sexual. O que observei no grupo citado é que o conceito está ligado no contexto deste grupo, a todo tipo de amor entre pessoas. Então é um amor relacional, e não físico. Portanto não poderia ser uma perversão sexual, no sentido de impureza sexual ou de prática sexual pecaminosa. Este poderia até ser parte deste conceito, mas não a totalidade, e somente poderia ser usado se tivesse uma comprovação de pecado sexual ou de desejo sexual pecaminoso. Não observei neste grupo que esta é uma compreensão bíblica, mas apenas oral, ou seja, é uma compreensão transmitida pela lógica do grupo, não pela fé em uma parte das Escrituras Sagradas. Infelizmente muitos dos cristãos não baseiam sua fé na Bíblia, mas numa lógica de uma liderança que diz ter tido a compreensão ou revelação bíblica. Neste caso nem é necessário provar esta “lógica bíblica” ou “doutrina bíblica”, pois a confiança na liderança é o fator gerador da fé, não a fé no que a Bíblia diz. Os cristãos de Beréia foram considerados mais “nobres”, porque buscavam sua fé na Bíblia, não na oralidade de Paulo, que era um apóstolo, e foi até um dos escritores da Bíblia. É de se destacar que eles confirmaram a palavra de Paulo, nos escritos do Velho Testamento, pois ainda não tinham o Novo Testamento, nem ainda o reconheciam como Bíblia. A aceitação de um conceito sempre deveria ser conforme a Bíblia, não “em cima” de uma revelação pessoal do líder, deveria sim ser a revelação pessoal do cristão, que convictamente entende as bases bíblicas. Diante desta introdução gostaria de rever este conceito, pois a minha pergunta é: “O amor pode ser pervertido?” e ainda outro pensamento, “O amor pode permanecer no ser humano após a degeneração do pecado?” Estamos diante de uma reflexão muito profunda, e até fundamental, pois muitos dizem que somente existe amor, se for cristão. O não cristão não pode ter amor? Para o grupo acima citado, na lógica deles, seria óbvio que a resposta seria que os não cristãos podem ter um amor, pois o amor pode ser pervertido, contudo é interessante que observei que neste grupo apesar da lógica determinar uma resposta em seqüência do pensamento reinante, não segue a lógica a resposta produzida, pois dizem que “somente cristão tem o amor”. Talvez a lógica seja que o não cristão não tem o "amor de Deus" e o cristão que tem o amor verdadeiro, pode ter uma perversão de relacionamento com alguém, e assim este amor ser pervertido. Neste caso então o amor não estaria no amor, mas no relacionamento. Se este fosse o caso, então o problema seria acertar ao relacionamento. Aqui podemos então buscar uma lógica neste grupo, e é interessante observar que eles ainda afirmam que existe o amor de Deus, que seria outro tipo de amor. Então haveria mais de um tipo de amor? Alguns teólogos buscam na etimologia da palavra amor, no Novo Testamento uma tese parecida ou até tenha sido a base deste raciocínio, é a tese dos três tipos de amor. Como a Bíblia no Novo Testamento foi escrita em grego, a língua grega tem três palavras para definir este sentimento ou emoção que é traduzida por amor, na língua portuguesa. São as palavras gregas: “Eros, Fileo e Agápe”. Eu sou um destes teólogos que consideram a revelação divina por meio de etimologia de palavras. As três palavras significam: Eros é o amor físico, ou seria mais uma paixão carnal e atração sexual; Fileo é o amor fraterno, ou amor determinado pela relação humana, por exemplo amor entre amigos, amor entre familiares, amor entre pessoas de um mesmo grupo social; por fim, temos o Agápe que é o amor divino, um tipo de amor que independe de um relacionamento, ele é proveniente de uma decisão de amar, e além disto provêm de uma influência direta de Deus. Neste caso este último amor somente poderia existir através de um relacionamento com Deus, o que nos levaria a concluir que somente um amor poderia ter o amor ágape. Mas os outros tipos: Eros e Fileo podem estar em pessoas que não tem relacionamento com Deus, pois seria um amor natural, baseado então no laço físico (corpo), ou no laço psicológico (alma). Poderiamos ter aqui uma ligação natural e uma sobrenatural, chamaríamos também de física e espiritual. O amor ágape seria então espiritual, mas proveniente de uma decisão natural, que está na alma do ser humano. Diante da tese dos três tipos de amor, a idéia que o amor somente está em Cristãos poderia ter um embasamento, considerando apenas o ágape, e este ágape não poderia jamais ser “pervertido”. Mas o amor fileo e eros poderia ser pervertido, ou melhor ser modificado de seu estado original, quando o homem foi criado. Seria então um amor que perdendo seu alvo original colocaria seu objeto de desejo (Eros) e de relacionamento (filéo) na pessoa “amada”. Neste caso este tipo de amor seria uma idolatria, tirando Deus do centro da vida do “pervertido”. Mas nunca poderia esta perversão afetar o amor ágape que provem de Deus, pois “Deus é amor”. Aqui também podemos responder que o amor Eros e Filéo estão no ser humana antes da regeneração em Cristo, e depois também. Mas o amor ágape somente pode ser experimentado através de um relacionamento com Deus. Aqui ainda poderíamos repensar o que é um relacionamento com Deus, seria apenas o novo nascimento ou melhor após o novo nascimento? Não seria antes, como o caso de Cornélio um gentio, centurião romano, que demonstrava um tipo de amor, senão parecido, talvez o próprio amor ágape. Não teria o homem a experiência de sentir o amor de Deus, quando se aproximasse dele, e então somente poderia permanecer com este amor, quando deixasse Deus ser o Senhor absoluto de sua vida, através da habitação do Espírito Santo? Creio que sim. Creio que a habitação é o fator gerador da permanência do amor de Deus, pois o Espírito Santo é Deus, e Deus é amor. Então temos o amor de Deus morando permanente em nós. Mas qualquer um que se aproximasse de Deus, e tivesse uma experiência, que pode não ser o novo nascimento ou conversão a Jesus, ainda poderia sentir o amor de Deus, e ainda poderia demonstrar este amor, pela influencia direta de Deus. Deus pode usar uma “mula”, como o caso de Balaão, então pode muito mais usar um ser humano, mesmo não regenerado, com seu amor fluindo através dele, o ser humano. Estudar o amor de Deus é uma reflexão a parte, e o faremos em outro texto. Muitos homens podem ter agido na humanidade usados ou influenciados pelo amor de Deus nestes homens, quando isto acontece é sobrenatural e também produz efeitos notáveis, que aproximam os seres humanos de Deus. Mas este amor de Deus, ou amor ágape pode demonstrar rejeição e medo? Com certeza o amor ágape não pode mostrar medo, pois a Bíblia diz que o “verdadeiro amor lança para fora o medo”. O medo não pode se relacionar com o amor de Deus, então quem demonstra medo quando se aproxima de outra pessoa, não está amando esta pessoa. Não teremos medo de pessoas que amamos, podemos ter cuidado ou zelo por esta pessoa que pode nos fazer mal, contudo medo não será nosso motivo gerador de afastar desta pessoa, será sim o amor este motivo. Afastamos-nos então de pessoas porque o amor assim nos orienta, para nosso bem? Não para o bem deles? Neste caso somente nos afastamos se o amor nos orientar a guardar a pessoa amada de um mal maior, como nos agredir ou agredir a si mesmo. Mas se a pessoa não quer agredir, ou se deseja estar conosco, porque nos afastar do amado? Chamo atenção a isto, pois o referido grupo que utiliza a idéia do amor pervertido, também tem a idéia de que os parentes devem deixar os parentes, quando estes parentes deixam o grupo. Usando textos como “quem não deixar pai e mãe por amor a mim, não é digno de mim”, o grupo promove quebras de relacionamento entre parentes; pais e filhos, irmãos, filhos e avós, etc. Poderia o amor ser promovedor de uma divisão? Ou ainda poderia o amor promover o total corte de relacionamento? Aqui estamos diante do tema da pergunta anterior não respondida: O amor pode rejeitar? Então vamos falar sobre o amor rejeitado.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Pecado! Isto Existe?

Pecado é um assunto que está sendo abolido do vocabulário mundial, e até a Igreja está também modificando seu conceito ou até deixando a palavra no esquecimento dos sermões de auto ajuda e de amor. Amor sem falar do pecado, será que isto existe? Parece um paradoxo falar de amor e pecado, mas na verdade é um novo paradigma que o mundo tem criado. O paradigma do respeito. Um respeito que impede o amor de dizer a verdade, não para ofender, mas para avisar do perigo. Amamos quando avisamos que é perigoso fazer algo que pode nos destruir ou destruir aqueles que amamos. É falta de amor deixar a pessoa se destruir, sabendo que um aviso poderia lhe libertar do perigo. O mundo tem falado que não existe pecado, mas o que é pecado? De acordo com os conceitos bíblicos é ofender a Deus. Se o mundo diz que Deus não existe, então não existe também pecado, e se o mundo diz que Deus sendo amor suporta tudo que fazemos de errado, então também não existe pecado. Além disto, se o mundo diz que Deus não está preocupado com o que fazemos, então realmente não existe pecado. Mas o que o mundo diz é a verdade? Em quem creremos nos conceitos do mundo baseados em homens que querem mais conseguir formas de continuar a fazer tudo de errado que os beneficia, ou acreditar em homens que buscam o bem da humanidade, mesmo diante de perder coisas que beneficiariam a si mesmos. Em quem você creria? Num egoísta e corrupto que é mais hedonista e ama a si mesmo, ou num bondoso que te ama e está disposto a si sacrificar por você? Você pode dizer que não adianta acreditar no melhor, o importante é crer na verdade. Então me diga quem tem a verdade? Você pode dizer que a Verdade é lógica e observável na natureza, ela é cientifica e um fato. Ótimo, então vamos ver a natureza o que ela diz? Ela diz que é óbvio que existe um Criador, pois tudo com o tempo se destrói e não evolui, portanto viemos do perfeito para o imperfeito. Também é óbvio que o perfeito não vem do acaso, é fruto de planejamento inteligente, o que nos leva a conclusão óbvio que Deus Criou. Vamos continuar na lógica da natureza, se o perfeito virou imperfeito, existe uma ação de degradação, então existe um mal agindo para destruir. De onde vem este mal? O mal da natureza é perceptível pela mídia humana que alardea que o homem destrói, e a natureza reconstrói. Então somos o mal desta natureza. Mas o que nos faz mal? A atitude nos faz mal, pois o ser humano também demonstra tantas atitudes boas. Então existe uma atitude que nos inclina para o mal. Qual atitude? É óbvio para uma criança a resposta: “é fazer o que não devo fazer”, ou como diriam “é desobedecer”. Há! Chegamos de novo ao conceito de pecado, “pecado é desobedecer a Deus”. Acho que não dá para fugir logicamente que pecado existe. Então vamos ver o que Romanos 8 diz sobre pecado, pois lá vemos a “lei do pecado” e vemos “pecado e pecados”. Vamos refletir juntos, até a próxima.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Ciência e Religião inimigas ou aliadas?


Quero começar estes textos de reflexão considerando a história da Psicologia, que é uma das ciências humanas. Na história da psicologia podemos ver a história do relacionamento entre a Religião e a Ciência. 
A Psicologia divide sua história em quatro etapas:

  1. Espiritual – Religioso
  2. Filosófico – Religioso
  3. Cientifico - Ateísta
  4. Cientifico – Fenomenologista

  1. Espiritual – Religioso:

Este primeiro período, o maior da humanidade, é o que compreende da criação da humanidade até a civilização grega. Em termos de anos temos de pelo menos 4 mil a.C. até 500 a 300 a.C., ou 3.500 anos da humanidade.
Este período se caracteriza pela ligação da psicologia ao serviço religioso. Os sacerdotes prestavam serviços de aconselhamento, de tratamentos psicológicos e até de tratamento médico, que incluía doenças e distúrbios mentais. Alguns dos tratamentos psicológicos eram exorcismos ou feitiçaria, que envolvia o inicio da Farmacheia ou Farmácia (manipulação de medicamentos).
Neste período o homem sempre ligou os problemas psicológicos sejam eles físicos ou da alma como problemas espirituais. As doenças mentais e os distúrbios mentais teriam origens ou causas espirituais. Por isto os tratamentos estavam ligados a rituais, poções mágicas, orações, e atos religiosos.

  1. Filosófico – Religioso:

O Segundo período foi da civilização grega até o tempo do Renascimento. Um período de 2.300 anos foi o segundo maior período da humanidade. Com a chegada do pensamento filosófico, a religião foi apoiada pela filosofia que era também parte da Religião. Mas os novos conceitos traziam a idéia da observação dos fenômenos naturais como parte da compreensão do universo, e não somente a fé religiosa.
O Homem que já tinha muitas técnicas de medicina, especialmente os egípcios, babilônios, medos-persas, chineses, e outros, começaram a desvincular a saúde do corpo, incluindo aqui a mente ou a alma.
Este período teve seu auge no inicio com a civilização grega, e depois se estagnou e perdeu seu brilho, na idade média. A Idade Média trouxe a filosofia para os conceitos religiosos e também determinava as novas ciências da matemática e da física que cresciam. Outras ciências como astronomia, medicina, engenharia de construções, eram aperfeiçoadas, mas a Religião era a que julgava o “certo” e “errado”, por isto a ciência estava mais ligada ao “espiritual” que ao “natural”. Todos os conceitos da Sociologia, Filosofia, Psicologia, Antropologia, História, Economia, Direito, Política, ou toda ciência social era ligada a Teologia. As ciências sociais eram a Teologia, e as ciências naturais eram submetidas à Teologia, o que por motivo de ignorância teológica impediu o crescimento do conhecimento humano, sendo até chamado a “Idade da Trevas”.
É bom lembrar que grandes cientistas como Galileu, Leonardo da Vinci, e outros viveram este período, mas isto não venceu a ignorância e intolerância religiosa que imperava, e impediu o florescimento da ciência.

  1. Cientifico - Ateísta:

O terceiro período que pode ser chamado de “moderno” ou “experimental” nasceu de em um período de crise religiosa, quando a Reforma Protestante quebrou o domínio do catolicismo que era intolerante e ignorante quanto a renovação do conhecimento humano, promovendo a “caça as bruxas” ou a “inquisição” que era uma luta contra os que “discordavam” da igreja católica. A Reforma promoveu florescer de uma volta à liberdade, a busca da prosperidade, e o pensamento livre, incluindo os pensamentos gregos. Este momento religioso permitiu que a Política fosse liberta para permitir o Renascimento que foi seguido pelo Iluminismo.
Este momento de crise, no entanto, também criou uma rejeição a Religião, que era vista como “inimiga da ciência”, e formou uma ideia de uma ciência “laica”, ou em alguns casos “atéia”. O Ateísmo tornou-se como parte do novo conceito cientifico, que desconsiderava o metafísico ou o espiritual.
A Religião foi retirada dos meios científicos, e até os dias de hoje ainda se vêem esta influencia em muitos cientistas. A Religião foi banida, e considerada até como o “ópio da humanidade”, “um comportamento primitivo”, “a repressora”, ou apenas a “ilusão de um complexo sexual”.
Este período foi do Renascentismo até o Período Contemporâneo com o fim das escolas e os “ismos”, por volta de 1940, no meio das grandes guerras mundiais. A Segunda Guerra Mundial foi já o inicio de um novo período pós moderno.
Neste período “moderno” anti religião, temos à formação das principais teses da Psicologia Moderna, com seus grandes teóricos, como Sigmund Freud, Gustav Fechner, Wilhelm Wundt, Wilham James, J.B. Watson. Foi quando nasceu a psicanálise e a psiquiatria e a psicologia se desvinculou do exorcismo.
A Psicologia formou as “escolas” e os “ismos” seguindo um método experimental. Fundamentalmente os problemas que formaram as divisões:
                               I.            Mente versus Comportamento (Estruturalismo x Comportamentalismo)
                            II.            Campo versus Atomismo (Gestalt x Elementarismo)
                         III.            Nativismo versos Empirismo
A linha da Gestalt e da psicanálise se tornou a escola mais forte.

  1. Cientifico – Fenomenologista:

Este é o quarto período que podemos chamar de “Contemporâneo” e talvez será chamado de “pós moderno”, nasceu após a primeira guerra mundial, no tempo do fortalecimento da nação americana como grande poder político militar. Posteriormente com os experimentos da Segunda Guerra Mundial, que promoveram verdadeiros laboratórios humanos, e a fuga dos cientistas alemães e judeus para os EUA, a ciência floresceu nos EUA e tem influenciado até os dias de hoje o novo pensamento, mas próximo da Religião, mas num conceito mais fenomenológico que religioso. A metafísica já tem sido abordada como fenômenos sobrenaturais, criando até novas ciências como a parapsicologia na psicologia e outras “ciências” que buscam espaço no meio cientifico.
A Religião ganhou um novo espaço com a Ciência da Religião, criando o estudo do “Fenômeno Religioso”. A Religião tem sido vista como fato, e não ilusão, pois é constatada e observada, até mesmo experimentada. A teologia ganhou espaço como parte do “fenômeno religioso”, contudo a ciência ainda não aceita Deus como fato, apenas como mito ou símbolo. O estudo do “fenômeno religioso”, abriu nos campos da Sociologia, Antropologia, Psicologia, Política, Economia, e Administração estudos específicos da manifestação do fenômeno. Por isto temos agora a “Sociologia da Religião” e a “Psicologia da Religião”.
A Psicologia tem mudado sua perspectiva sobre a Religião que era vista como uma “inimiga” da ciência ou do conhecimento, e nestes dias contemporâneos a ciência incluindo a psicologia tem aceito a Religião como uma “aliada”. O próprio nascimento da “Psicologia da Religião” e a “Capelania” tem sido a prova da aproximação da Psicologia e a Religião.
Este período a Psicologia ou a ciência assume a liderança e autoridade, contudo não reduz a Religião ao desprezo, inutilidade, ou dispensabilidade.

ciência verdadeira que é o estudo da natureza nunca afastará o homem de Deus, pois Deus é o Criador, e a natureza "proclama a glória de Deus". Quanto mais estudarmos a natureza, mas teremos revelação de Deus. O marxismo tese sociológica que tinha colocado a Religião na classe de “crime” ou “perigo”, agora sucumbe diante da realidade da influencia inegável da Religião. O Evolucionismo perdeu sua força cientifica, apesar de manter sua força cultural, pois não provou nenhum elo perdido, e a Religião permanece firme até mesmo no caso dos que não são cristãos aderindo e reinterpretando as teses evolucionistas, ou seja, a Religião de novo engolindo os novos conceitos. O freudianismo que junto com o marxismo e o evolucionismo foram às teses mais agressivas contra a Religião, no campo psicológico sucumbe diante da realidade que o homem não reage como um animal, pois tem características diferentes. O homem pode reagir como um animal, mas isto não significa que é sua natureza, mas apenas que é possível o que torna a tese de Freud uma proposição inconsistente.
Vivemos um período de distanciamento da importância da ciência, e a busca da Religião, pois o Hedonismo não está baseado em fatos, mas sim em resultados. O homem quer a felicidade a qualquer preço, e mesmo que seja ilógica e sem explicação quer ser feliz. A Religião sempre foi à busca da felicidade, então a Religião revive ou ressurge na sociedade pós moderna contemporânea, como um vulcão inativo que ressurge.
Os Cristãos têm a oportunidade de reformular seus discursos antes defensores diante da critica cientifica, para um discurso mais espiritual não hedonista, mas amoroso. Como sempre o Evangelho traz a solução por meio do amor, que traz a felicidade. 

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Homossexual amado e Homossexualidade negada

Um assunto que tem sido levantado nos nossos dias é sobre o homossexualismo, incluindo aqui toda prática de sexualidade não natural. Digo não natural, pois o natural é aquele que a natureza demonstra ser natural. A relação macho e fêmea é natural, e dela provem a preservação das especies. A prática homossexual é uma prática que impede a procriação e tornando esta prática uma prática geral, produzirá a diminuição da raça humana. Talvez isto seja a explicação do porque autoridades internacionais que nunca se preocuparam com homossexuais agora estão tão engajados naquilo que se chama de "defesa de um direito humano".
Sabemos que a ONU com o relatório de Lugano defendeu ou foi instruída na diminuição da raça humana, e o incentivo ao homossexualismo sem duvida vem a auxiliar naquilo que tem sido chamado de preservação da vida humana na terra. Um pouco parecido com a ideia da solução final de Hitler, mas modernizado e acobertado pelo desejo de liberdade do ser humano. É verdade que todos tem o direito de serem livres, mas a liberdade não dá direito de reprimir as idéias.
Devemos como cristãos reafirmar que todos os homens devem ser amados, independentes de seus erros, mas isto não significa que aprovemos o erro, apenas continuamos amando, e amando apontamos o erro. O cristianismo tem como base apontar o erro, que é chamado de pecado, para assim dar a chance do ser humano escolher entre este erro, e o acerto apresentado na Bíblia. A Igreja sempre apontou o erro do homossexualismo como prática pecaminosa, seguindo vários textos da Bíblia, mas especialmente Romanos capitulo um. Nos dias atuais com o movimento politico que se levantou para a defesa da prática homossexual, o que é diferente da defesa do homossexual. Devemos defender o respeito e o amor de todos os seres humanos, sejam eles rejeitados de qualquer tipo na sociedade. É interessante que a mídia mundial não defende os milhares de cristãos que estão aprisionados em países que violentam, colocam em campos de concentração e tiram todos os direitos humanos aceitos nas cartas da ONU. Porque será que a busca da homossexualidade tem sido maior que a busca dos direitos de liberdade religiosa?
Todo cristão tem que amar um homossexual, mas também tem que rejeitar a prática homossexual. Estamos diante de uma armadilha da mídia e da política internacional. Eles dizem que a Igreja está perseguindo os homossexuais, mas não é verdade, a Igreja sempre pregou contra o homossexualismo, a verdade é que "eles" estão perseguindo a Igreja, e digo "eles", porque não creio que sejam os homossexuais que apenas tem sido incentivado e estão "fogando lenha na fogueira" para ver a guerra entre os grupos afetados.
Deveriamos perceber que quem está por trás, está rindo e zombando de todos, e alguns da Igreja estão sendo enganados pensando que a Igreja decidiu fazer uma estratégia de guerra uniforme e planejada contra os homossexuais. A Igreja em sua divisão já demonstra que isto é mentira, a Igreja apenas está reagindo, as vezes de forma errada, mas não é uma ação é uma reação, quem está agindo são os "poderosos deste mundo tenebroso".
Não deixemos que "eles" coloquem ódio no nosso coração contra pessoas que precisam de ajuda, nem deixemos que esta falácia de amor humanista retire o verdadeiro amor que prega a verdade do evangelho para salvar, curar e libertar.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

O PERIGO DA ÊNFASE FUNDAMENTALISTA GERADO PELO TEMPO – A ESCRAVIDÃO DA IGNORÂNCIA E INTOLERÂNCIA


Um dos temas de maior interesse de meus estudos têm sido o fundamentalismo e a graça. Com certeza por causa da história de minha vida, que enfrentou uma estrutura fundamentalista extremista. Mas não somente enfrentou como viveu dentro desta estrutura. Este texto é parte de minha dissertação de mestrado que está neste blog. Apesar de muitas coisas positivas que o fundamentalismo, especialmente norte americano trouxe, nós como igreja temos perigos, e quero destacar um dos piores, pois ele gera a quebra da comunhão de amigos, famílias e igrejas. É a intolerância, provida da ignorância da graça. Vejamos então um pouco sobre este tema, sem citar exemplos, como minha dissertação apresenta.
O fundamentalismo extremista tendo como fato gerador o tempo e tem como conseqüência a formação de um ambiente para um tipo de ‘escravidão na mente’. Esta ‘escravidão’ pode ser chamada de a ‘escravidão da ignorância e da intolerância’.  A ignorância no sentido de “ignorar outro conhecimento que não aquele permitido pelo grupo”, e intolerância no sentido de “não permitir nenhum tipo de tolerância para outro tipo de modo de vida que não seja o do grupo”. Quanto mais tempo fechado num sistema fundamentalista extremistas, mais forte o perigo deste tipo de ‘escravidão’. A intolerância é o contrário da tolerância, e a declaração de princípios sobre a tolerância, decretada pela UNESCO tem uma boa definição sobre tolerância.
A tolerância não é concessão, condescendência, indulgência. A tolerância é, antes de tudo, uma atitude ativa fundada no reconhecimento dos direitos universais da pessoa humana e das liberdades fundamentais do outro. Em nenhum caso a tolerância poderia ser invocada para justificar lesões a esses valores fundamentais. A tolerância deve ser praticada pelos indivíduos, pelos grupos e pelo Estado. Declaração de Princípios sobre a Tolerância, aprovada pela Conferência Geral da Unesco em Paris, em 1995. Disponível no site:
Considerando o direito universal dos seres humanos o livre arbítrio, e considerando que a tolerância não significa “concessão, condescendência e indulgencia” com o mundo, ou com o pecado do mundo, o fundamentalismo pode manter sua luta pelos fundamentos, sendo tolerantes.

 
O fundamentalismo promove uma ênfase constante em tópicos fundamentais, mas muitas vezes se afasta da práxis de uma vida cristã contextualizada a realidade da sociedade que o grupo fundamentalista vive. A constante mutação de uma sociedade pós-moderna, influenciada pela constante e crescente “torrente de informações”, impede que os fundamentalistas criem normas novas para cada inovação. A chegada de um novo costume ou uso gera uma dificuldade na compreensão, adaptação e convivência para os fundamentalistas. Esta dificuldade acaba fixando muitos fundamentalistas no passado, e demonizando tudo que é novo. Normalmente é mais fácil proibir o novo ou o ainda não estudado, do que procurar viver pelos princípios cristãos do amor e da fraternidade. Foi esta dificuldade que promoveu a demonização da Televisão por alguns pentecostais, que não conseguiam desenvolver um espírito de domínio próprio, e atualmente tem sido designada para a internet uma nova demonização, pois da mesma forma muitos não conseguem conviver com a atração deste novo “uso” que forma “costumes” novos. Para alguns sempre será mais fácil fugir e rejeitar do que enfrentar.
A ênfase na letra da lei é um perigo que Jesus enfrentava com os fariseus. Os fariseus que eram os separados, conforme a própria etimologia da palavra formou uma casta religiosa completamente controladora e elitizada, detentora da pureza religiosa e dos fundamentos reais do judaísmo. O termo santo é o mesmo que separado, e por isto para os fariseus, a santidade estava ligada a prática fundamentalista ou legalista das leis mosaicas, que os levaram a ser uma classe separada. É importante observar que o santo é o separado para Deus no mundo, e não o separado do mundo para Deus. Esta diferença é fundamental, pois Jesus disse: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” (Jo 17:15).  A igreja então é separada para Deus no mundo, sendo livres do mal, mas vivendo com as pessoas do mundo, e respeitando estas pessoas. O desafio de participar do “Missio Dei” (Termo Teológico usado especialmente na área da missiologia para definir a “Missão de Deus”, que é buscar o perdido) é na verdade a aprendizagem deste princípio que muitas vezes levou à igreja a imposição pela força, e até pela violência da fé cristã, esquecendo da liberdade trazida pelo evangelho, impedindo o livre arbítrio. Liberdade esta que cria o ambiente de escolha pessoal, sem imposição e sem terrorismo psicológico.
O mundo pós-moderno vive num momento que a liberdade está sendo discutida, e provavelmente os lideres do ‘mundo tenebroso’ querem uma nova forma de liberdade, ou seja, a liberdade vigiada. Neste contexto de controle mundial para formação de uma nova era, ou uma aldeia global, infelizmente o fundamentalismo pode auxiliar aos estrategistas satanizados. Este perigo pode ser observado, e incentivado por muitos que não são da Igreja, com o objetivo de destruir a própria igreja.
A liberdade da graça redentora do Senhor Jesus Cristo pode ser reformulada num contexto fundamentalista, que recria o sentido de liberdade, num ambiente completamente escravagista. Entretanto o ser humano somente permite esta escravização por meio de um processo de conquista, que leva tempo. A igreja da mesma forma não se submete a escravidão fundamentalista sem um período de conquista e de convencimento.
O isolamento em si já é a criação de um ambiente de meditação. No meio deste ambiente é muito fácil por meio de repetição de conceitos, promoverem uma ‘lavagem cerebral’. O termo ‘lavagem cerebral’ tem sido muito usado para determinar o tipo de ensinamento de seitas, mas é um termo ‘emprestado’ da psicologia. Na psicologia o termo ‘lavagem cerebral’ pode ter alguns significados ou explicações, mas o perigo aqui enfatizado define a ‘lavagem cerebral’ como o comportamento produzido pela ‘repetição’ em um período de tempo. Para alguns demora mais tempo para que alguns comportamentos e crenças sejam modificados, para outros o tempo é bem reduzido. São vários os fatores que podem acelerar esta mudança de comportamento e crenças. Pavlov Ivan Petrovich que foi um dos fundadores do behaviorismo através de experiências com animais chegou a conclusões sobre as relações do condicionamento e comportamento.
 Seu experimento clássico foi o emparelhamento de uma campainha à alimentação de cães com bolos de carne. Cada vez que os cães eram alimentados, junto à entrega do alimento soava uma campainha. A isto se chama de emparelhamento de estímulos [...] o emparelhamento da campainha (estímulo condicionado) ao alimento (estímulo incondicionado) fez com que os cães passassem a salivar (resposta incondicionada) quando a campainha era tocada... A este procedimento foi dado o nome de condicionamento clássico ou respondente. (MIGLIOLI, A. M., et al. Administração – Conhecimento Humano e Técnológico Aplicado à administração. Ed. COC, p.98.)
Este tipo de ‘condicionamento clássico ou respondente’ pode-se considerar de uma forma de ‘lavagem cerebral’. O isolamento auxiliado pelo tempo promove um ambiente ideal para um tipo de ênfase apenas, e a total negação de outras opiniões, ou visões, isto produz uma escravização da ignorância e intolerância.
Outro aspecto é a demonização da teologia é uma característica que pode ser encontrado na igreja pós-moderna em alguns pastores como diz num site de teologia sistemática. “Muitos estudiosos da Bíblia nos dias de hoje estão menosprezando pessoalmente a Teologia Sistemática afirmando que por estarmos em uma época pós-moderna, as pessoas, os crentes de hoje, falando bem abertamente, não estão a fim de debruçar-se sobre este tipo de estudo. Alguns outros alegam que a Teologia Sistemática põe uma mordaça em Deus e Ele não teria mais liberdade para falar conosco por causa das definições teológicas. Quanta asneira! É indubitável a preguiça mental em muitos de nós”. (Retirado do site Observatório Teológico. Texto intitulado “Boa e velha teologia sistemática”. http://religiao.centralblogs.com.br/post.php?href=a+boa+e+velha+teologia+sistematica&KEYWORD=16426&POST=2882460. Acessado em 27/07/2010.)
Esta “preguiça” pós-moderna tem seu respaldo. O pragmatismo que “ensina que conceitos, idéias e pensamentos só têm valor quando seguidos de conseqüências práticas. A respeito da verdade, o pragmatismo diz que somente as idéias que produzem conseqüências; ou seja, se funcionam, é porque são verdadeiras; em outras palavras, aquilo que funciona tem, por de trás, um princípio verdadeiro.” (GALVÃO, Nelson.  Texto retirado do site Ministério CACP: http://www.cacp.org.br - http://www.cacp.org.br/estudos/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=930&menu=7&submenu=4. Acessado em 03/10/2010)
Os extremistas fundamentalistas demonstram um apego ao passado dos usos e costumes da sociedade norte americana considerando que eram mais ‘puros’, mas os conceitos pós-modernos já influenciam ou fortalecem a demonização do conhecimento.
 “Pastores há que alegam que suas igrejas “do século 21” não estudarão a Bíblia desta maneira porque querem ter mesmo são experiências com Deus (alguns dizem que o que importa mesmo é que o crente tenha “vida em Jesus”). O pragmatismo é claro nestas comunidades, porque tudo o que querem é “experimentar Deus” sem estudarem devidamente sua Revelação”. (Retirado do site Observatório Teológico. Texto intitulado “Boa e velha teologia sistemática”.
O endeusamento do líder é o outra faceta do fundamentalismo extremista que começa a ter uma autoridade que teoriza ou dogmatiza as doutrinas, e as outras opiniões teológicas são demonizadas. Julio Zabatiero diz sobre um posicionamento muito equilibrado que os lideres devem ter com a teologia.
“Invista parte significativa de seu tempo e do tempo de sua liderança no estudo sólido da teologia. Não de um teologismo vazio. Não de uma teolatria. Mas de uma teologia prática, relevante, fiel à Escritura e desafiadora. Não seja apenas um seguidor de modelos. Seja um criador, uma criadora de propostas atraentes e bem-sucedidas. Faça teologia! ...Não restrita às repetições de fórmulas e chavões confessionais. Teologia na prática!” In BARRO, Jorge H. Uma Igreja Sem Propósitos, 2004,  p. 211,212.
A intolerância aliada ao medo torna-se o maior aliado dos que querem controlar pessoas. A intolerância é uma ferramenta dos medrosos, pois aqueles que amam, não têm medo de tolerar, toleram até aquilo que intolerável, para amar o intolerante e o intolerável. No meio da tolerância, encontramos amor, pois quando toleramos: “tudo sofremos, tudo cremos, tudo esperamos” para sermos tolerantes. 

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Fenômeno Religioso - "a necessidade de Deus"


O Fenômeno Religioso é um fenômeno humano.

Sendo o professor da área de Religião, da faculdade, uma de minhas matérias é psicologia da Religião. Gostaria então de contribuir com o pensamento sobre este fenômeno humano que é constatado em todos os povos, todas as culturas, e em todos os tempos.

O Fenômeno é um fato constatável pela observação na Natureza. Alguns fenômenos podem ter explicações que diferem do perceptível, ou do visível, como é o caso no deserto da “miragem”. A “Miragem” é um fenômeno perceptível e visível, por qualquer um que ande no deserto. Eu mesmo andando no deserto pude ver  “miragem” de um grande lago, que não existia. Ao caminhar percebia que o “lago” desaparecia, e se distanciava. Este é um fenômeno explicável, pois é físico. Assim como a “miragem”, o fenômeno religioso é observado em todos os seres humanos. Talvez a explicação seja diferente do fenômeno, contudo utilizando das técnicas da psicologia podemos verificar este fenômeno. Existem algumas teses sobre a “origem” do fenômeno religioso, como as teorias de Freud, Jung, Gordon Alport e Anton Bolsen, mas nenhuma delas, no meu entender apontam para a explicação bíblica. Considero como um teólogo e cristão que a Bíblia não é um livro qualquer, é de fato o discurso divino para o homem. É uma revelação de sua pessoa e acima de tudo de sua mensagem para o homem. Deus quis falar com o homem de forma escrita, por isto começou a escrever a Bíblia de “próprio punho”, no monte Sinai com Moisés. Foi Deus que escreveu em tábuas de pedra os dez mandamentos, a constituição da lei mosaica.

Considero que Bolsen, um capelão e pastor evangélico,  foi o que mais se aproximou de um pensamento cristão e bíblico. Contudo as distorções promovidas por suas crises tenham o fixado em um ponto apenas, o ponto do conflito, da esquizofrenia. De fato o fenômeno religioso é fruto de um conflito, mas não o conflito sexual que Freud afirma ser, ou o conflito existencial que Bolsen afirma. Nem mesmo creio ser o inconsciente coletivo que Jung, que apesar de filho de um pastor protestante, afirma ser. Creio que também não é o PROPRIUM de Alport, e ele também era um professor de Havard, psicólogo e protestante.  A idéia que o fenômeno religioso resulta de apenas uma experiência pessoal, pode ser parte, mas não é a explicação integral, pois muitos tem a mesma experiência. O pensamento Freudiano, que nem mesmo dizia acreditar em Deus, o que o coloca como um pensador que ignora o óbvio, ou seja, a existência de Deus não é questionável, é óbvia, é lógica; é um pensamento humanista e sem qualquer embasamento bíblico. Em nenhum momento Freud considera a Bíblia como base de revelação. Qualquer ser humano sabe interiormente e após analise lógica da natureza que Deus existe e que se comunica com o homem. Estou sendo um pouco “radical” quando se pensa de forma cientifica, mas de forma teológica e cristã, estou sendo natural. Se alguém que se diz cristão, não crer na existência de Deus, e não colocar a Bíblia como a base de suas teses, este não é cristão, nem mesmo pode dizer que está com uma tese bíblica ou teológica, tem apenas uma tese cientifica.

Acredito que Bolsen chamou a atenção para o fato da crise ou do conflito humano que o fenômeno religioso tem dentro de sua existência. Que Alport chamou a atenção para a “pessoalidade” ou “expressão pessoal” do fenômeno religioso, pois o fenômeno religioso é além de uma expressão coletiva, pois é visto em todas as pessoas como Jung diz, também pessoal e individual. A idéia freudiana diminui o homem a classe animalesca, sem diminuir a grandeza da criação dos animais, mas apenas constatando que Deus criou o homem a sua “imagem e semelhança”, então dizer que a busca de Deus é apenas um desejo sexual, é biblicamente uma blasfêmia.

Então como disse vou contribuir com um conceito para a origem do fenômeno religioso. O fenômeno religioso resulta da necessidade natural e antrópica de unir o espírito humano ao Espirito de Deus, pois Deus é a fonte da vida, e o homem sente necessidade de ter comunhão com Deus.

Diante da origem do fenômeno religioso, que a “necessidade de Deus”, o ser humano cria “religiões”, ou forma de conduta para conseguir unir-se a Deus. Como o homem foi desligado, ou desunido por causa do que a Bíblia chama de pecado, o homem sente um vazio interior, que somente é preenchido por Deus, como diria Billy Graham. O fenômeno religioso se manifesta religiosamente, com Religiões, mas somente Jesus Cristo preenche a necessidade humana, pois somente Jesus pode ser o mediador entre Deus e os homens. Ele disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Jesus é a verdadeira religação com Deus, mas esta religação permanece no ser humano, pois mesmo depois de restaurado esta ligação, a necessidade não é suprida, pois foi criada por Deus como uma necessidade permanente, assim como comer, beber, e dormir. Existem necessidades humanas como procriar que podem ser suprimidas, limitadas e até rejeitadas, mas a “necessidade de Deus” é permanente, insaciável, e não pode ser retirada da natureza humana. O homem foi feito para ter um relacionamento com Deus, e para viver deste relacionamento com Deus, pois a fonte da vida é Deus. 

quarta-feira, 6 de março de 2013

Fundamentalismo - Uma Benção ou uma maldição?


Na minha dissertação de mestrado, que teve como especialização a teologia sistemática, abordei o tema: Os perigos do fundamentalismo norte americano nos Woffers. 
O fundamentalismo norte americano tem alguns períodos, e foi o grande fomentador e formulador do fundamentalismo religioso, junto com o fundamentalismo germânico  que juntos formam a maior parte do teólogos protestantes. 
Os Woffers são um grupo cristão de forte tendencia fundamentalista norte americana. A própria tese missiológica que considera a cultura americana, também chamada de "American Life", como a cultura cristã a ser imposta para a existência do cristianismo puro, é parte de sua crença prática. As outras igrejas pertencentes ao movimento são claramente dominados pela cultura americana, rejeitando a cultura local. Apesar do termo Woffers parecer uma tentativa de igualar ou identificar a palavra "Wolf", por alguns apologistas norte americanos, o que encontramos em sites, não consideramos o termo agressivo, pois a designação formal do movimento é WFF, sigla de sua igreja. Portanto os Woffers seriam apenas a ligação a sigla. Os Woffers são um movimento cristão, que para muitos tem sido considerado uma seita, contudo após uma análise puramente teológica podemos chegar a conclusão que são cristãos, pois seguem o credo apostólico e as bases reformistas. Tem a tendencia das correntes teológicas chamadas: Batalha Espiritual, incluindo a teoria da libertação de cristãos, e o Movimento da Fé, promovido por Kenneth Haggin, incluindo a teologia da prosperidade e do triunfalismo, com forte tendencia imperialista americana. Considerando a análise sociológica e psicológica do grupo, tem formação que seria classificada pela Ciência da Religião como seita. 
No blog segue toda dissertação, mas abaixo a resenha.

FALEIRO, Marco Antônio de Castro. Os Perigos do fundamentalismo norte americano retratado nos Woffers. Macapá, 2010. 137 p. (Tese para conclusão do Mestrado em Teologia Sistemática da Faculdade FAMA).


 
Exemplifica os perigos que o pensamento fundamentalista pode promover na igreja. O trabalho conceitua o fundamentalismo cristão de linha evangélica com uma ênfase na experiência histórica norte americana. Os perigos são classificados em tópicos, e a experiência dos Woffers, um movimento fundamentalista do sul dos EUA, que tem suas filiais em alguns pontos do mundo, demonstra o extremismo do fundamentalismo norte americano. Os Woffers são defensores dos princípios fundamentais na busca de uma santidade afastando do mundo “profano” e da “igreja meretriz”, mas assim como os fariseus que formaram um manual para cumprir a lei, os Woffers acreditam que somente por meio do cumprimento de seus costumes e usos, a santidade será alcançada. Os Woffers como quase a totalidade dos movimentos de origem cristã da igreja nascem no meio de cristãos sinceros e desejosos de descobrir a vontade de Deus, os Woffers acreditam estar fazendo a vontade de Deus, e de ser o “mover de Deus” na terra. Na sua forma de crer os Woffers demonstram os perigos que o fundamentalismo extremista norte americano pode chegar. O Trabalho também sugeriu algumas hipóteses para eliminar ou minimizar os perigos que podem levar uma igreja para o extremismo ou até para fora do Cristianismo. Este trabalho conclui com um alerta para que as igrejas que podem promover os mesmos erros cometidos pelo extremismo fundamentalista, não promovam uma ética fundamentalista sem os princípios do maior mandamento de Jesus, o Amor. Este trabalho demonstra como um movimento fundamentalista pode chegar a extremos perigosos e despertar a igreja para que não “alimente” algumas facetas destes perigos em sua práxis religiosa. 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A Monarquia Parlamentaria de Israel


Gostaria de contribuir para um estudo sócio político do tempo em que Israel foi politicamente organizada da forma diferente de todos os povos de sua época. Eles não eram uma monarquia absolutista como quase todos os povos da época. Eles proporcionaram para o mundo uma nova visão de governo. Um governo Teocrático que tinha uma organização muito diferente. Este governo começou com Moisés e terminou com Samuel, o profeta e juiz.

O sistema político em Israel antes da Monarquia Absolutista que Saul introduziu a pedido do povo de Israel, era um sistema totalmente inovador para todos os povos dos tempos de Moisés até Samuel. Nunca havia tido um povo que tivesse um sistema político tão inovador e diferente. Todos apenas conheciam as monarquias absolutistas, com reis que eram déspotas ou tiranos, apesar de alguns terem sido reis bons para seu povo. Contudo o próprio Deus avisou aos israelitas que a monarquia que eles pediam traria a autoridade absolutista para o rei de Israel, que poderia ter direito sobre os filhos e os bens das famílias. Deus avisou que o rei absolutista iria impor impostos para sustentar sua nova estrutura política, que envolveria um exercito formal e uma família real. Neste caso a família e nova estrutura política precisaria de um local para a sede administrativa, que seria um palácio e outros locais de governo. Deus tinha oferecido um sistema político diferente, que em o monarca ou rei era Ele mesmo, por isto podemos chamar a monarquia inicial de Israel de Teocrática. Ele era o representante do Poder Estatal, e tinha um poder de representar o povo, e representar o estado de Israel. Sua monarquia também tinha hereditariedade, como as monarquias parlamentaristas que muitos séculos depois foram implantadas na Europa. Jesus representaria sua hereditariedade, e Ele mesmo Jesus retomou o trono de Israel, por direito de herança tanto humana, sendo da família do rei Davi, como por direito inicial sendo Deus o primeiro Rei de Israel. Ele, Jesus, se casando com a Igreja, dá o direito a Igreja de ser parte da família real de Israel. Um Israel que retornará ao seu primeiro estado de Israel, com Deus como seu Rei, mas agora com Jesus como um Rei que tem Corpo Humano, mas um corpo glorificado. Um Rei que é Deus e Homem, descendente de Davi, e filho do Deus Altíssimo.

O sistema político de Israel em seu primeiro estado, com a chegada do legislador Moisés, foi inovador, pois o estado de Israel que foi idealizado e modelado por Moisés e foi implantado por Josué. Criou um Conselho Supremo com os Príncipes das doze tribos. O Conselho Supremo era liderado por um Juiz, que na verdade era um tipo de Primeiro Ministro. O sistema era de fato parlamentarista, mas, além disto, tinha já o principio da democracia, pois os lideres que participavam deste Conselho, ou Parlamento eram indicados em cada tribo por seu povo. Um tipo de democracia havia já em Israel, pois o Conselho decidia seguindo a Lei de Moisés que era dividida em duas partes. A Lei de Moisés também era um grande avanço, não conhecido nos povos, pois a Lei tinha sua Constituição no Decálogo, os dez mandamentos, e tinha as leis provenientes do decálogo, que era os cinco livros de Moisés, chamado de Lei ou em Hebraico: “Torá”; que nós chamamos de Pentateuco. Os juízes eram escolhidos pelo Rei de Israel, que era Deus, e eles tinha poder de liderança sobre o exercito, que não era mobilizado, mas poderia ser convocado quando o juiz e o Conselho considerassem necessários. Os membros do Conselho eram os governadores de suas tribos, que tinham regiões demarcadas no país de Israel. Estes membros que eram os Conselheiros, ou Ministros, eram os príncipes de Israel. Além do sistema monárquico parlamentarista, pois Deus concebia aos seus ministros o Conselho de Israel, a condição de governar a parte executiva e judicial do reino, e isto de forma democrática, os “estados” ou províncias de Israel tinham um sistema federativo, que dava a cada tribo ou estado o direito de decidir de forma independente sobre os problemas de sua própria província. O sistema federativo já era uma realidade neste estado de Israel. Contudo todos eram submetidos a lei, até mesmo o grande Rei Eterno, Deus, tinha se submetido a sua própria lei, que era o seu próprio modo de pensar e agir. Deus é submetido a si mesmo, mas é soberano. Deus se governa, e é governado por si mesmo. Portanto é soberano, mas não muda.

Para os teólogos colocamos esta sugestão de visão sócio política bíblica.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

TEOLOGIA DA SUBSTITUIÇÃO NUMA VISÃO HISTÓRICA


Como teólogo e mestre em teologia sistemática, eu gostaria de contribuir com a intensa reformulação de uma teologia que dominou a maior parte da história da Igreja Cristã. Estou falando da teologia da substituição. Falarei mais neste texto numa visão histórica critica, sem ser muito aprofundado na biblicidade do tema. Apesar disto citarei alguns pontos bíblicos. Esta teologia que foi fundamentada no pensamento agostiniano e posteriormente reformador, forjado na inabilidade de evangelizar os judeus. Quando digo inabilidade é porque sendo também um professor na área de história, percebi e constatei que as estruturas que a Igreja formou, foram se contextualizando as culturas não judaicas, e foram rejeitando a cultura judaica, até a demonizando. Apesar de boa parte da liturgia e tradição cristã ter suas bases na cultura e expressão litúrgica judaica, as estruturas cristãs criaram formas de rejeitar a origem judaica. Como os judeus não queriam se converter para as formas de cultura não judaica, pois queriam manter sua expressão judaica, como acontece com praticamente todos os povos, a missiologia que dominou boa parte da história da igreja cristã, obrigava aos povos “convertidos” a aculturação a uma cultura européia. Graças ao Senhor, hoje a Igreja aprendeu a respeitar culturas e não obrigar totalmente a aceitação da cultura européia, e agora americana. Infelizmente ainda temos “terno e gravata” em terras tropicais, mas isto é tolerável, apesar de ser extremamente cansativo.

A teologia da substituição foi forjada dentro de dois contextos: A Rejeição dos judeus a instituição ou instituições cristãs e ao principio de dominação com a imposição cultural. Não consigo ver a teologia se baseando na Bíblia, como deveria ser. Não vejo a motivação histórica provinda de um intenso desejo de descobrir a verdade, mas provinda do desejo intenso de impor uma dominação católica e européia. Pois biblicamente é muito forçoso dizer que Israel foi rejeitado, e que Deus escolheu outro povo para ficar no lugar de Israel. Sabemos que Deus nunca muda, e que Ele não deixa de cumprir sua palavra. A promessa feita por Deus a Abraão foi clara, foi feita para filhos carnais, mas também foi feita a filhos espirituais. Vemos a promessa dupla, e o cumprimento duplo na história. Deus nunca deixou de abençoar, os filhos de Abraão, pois os judeus sempre foram cabeça em todos os tempos. Isto é histórico, apesar de alguns historiadores quererem esconder a história de Israel. Paulo claramente diz que todos os povos que crêem em Jesus, o messias, são enxertados em Israel. Ser enxertado não é substituição, é inclusão. A doutrina da substituição não é bíblica, é fundamentada em lógica, ou seja, se os “judeus não convertem então a culpa é que eles foram rejeitados por Deus”. Não seria mais a inabilidade da Igreja de ter uma metodologia missiológica especifica para judeus? Mas quem disse que Deus rejeitou Israel, não foi Paulo quem disse isto? O problema é que os Judeus rejeitavam as estruturas eclesiásticas formadas pelas igrejas influenciadas por culturas não judaicas. Os Judeus não rejeitavam a mensagem do Evangelho, milhares, talvez milhões de Judeus ou de seus descendentes se converteram a Jesus, em toda história, somente Deus sabe deste numero. O que os judeus rejeitavam era a estrutura cheia de ritos, normas e cultura que eles consideravam abomináveis ou não aceitáveis no contexto e pensamento judaico. Hoje a Igreja tem buscado até a cultura judaica, o que questiono em parte, pois não precisamos de nos judaizar para ficar mais perto de Deus, Deus não é judeu, apesar de ter se expressado na terra como um judeu. Podemos em cada cultura manifestar nossas diferenças criando uma multiforme expressão de amor por Deus.

Não quis ser muito teológico com textos, mas quis chamar a atenção que esta teologia pouco se baseou na Bíblia, foi mais baseada em ódio e rejeição. Quando Lutero não conseguiu convencer os Judeus, e no começo de sua reforma, ele era animadíssimo em converter judeus, ele iniciou sua teologia substitutiva. Porque antes ele não cria na substituição? Porque somente foi crer, quando não conseguia converter judeus? Qual foi o ponto de partida para criar a substituição? Não foi o fracasso na evangelização de Judeus? É certo que respeito Lutero, mas ele não é Deus, nem é totalmente perfeito, foi como nós, homem e imperfeito. Lutero, irmão querido, e grande ministro da palavra de Deus, mas influenciado pela doutrina agostiniana que reinava na estrutura cristã, que ele saiu. Porque Agostinho formou sua doutrina substitutiva, veja a história e como a igreja ficou furiosa com os judeus que não aceitavam a doutrina católica. Naquela época era obrigatório aceitar, quem não aceitava era herege, era digno até de morte. Quantos judeus foram assassinados e torturados, porque não queriam aceitar a “doutrina católica”. Mas eles não estavam errados totalmente, muito da doutrina católica, hoje sabemos que era doutrina de homens, era cultura grego romana, era sincretismo religioso, era heresia catolicista. E o que formou nos judeus esta agressividade contra judeus, nos países que dominavam os chamados “Cristâos”. O que poderíamos esperar como reação de judeus, se os chamados “cristãos”, não permitiam que eles expressassem sua cultura e sua fé? É óbvio que os judeus passaram muito de sua rejeição para Jesus, como se Jesus fosse o culpado do erro dos chamados “cristãos”. Louvo ao Senhor, que Ele é superior aos erros da Igreja, e Ele se revela acima de nossa imperfeição. Ele tem feito isto aos outros filhos de Abraão, que enganados pelo ensino islâmico, não aceitam a Jesus como o Deus encarnado, mas somente como um profeta. Mesmo que a Igreja não fale, as pedras falam. Mas Deus quer falar por meio da Igreja. E a Igreja não é de Judeus ou de “Gentios”, a Igreja é de Cristãos, como fomos chamados nos dias de Antioquia. Somos todos “pequenos cristos”, todos nós que aceitamos a Jesus como Senhor e Salvador, por meio do novo nascimento. Somos todos o Israel de Deus, o povo de Deus, a Igreja de Cristo.

Hoje espero que meus irmãos judeus, e posso dizer isto sendo um descendente anusim, possam aceitar o evangelho de Jesus Cristo, não que formem uma nova igreja ebionista e fundamentalista judaica. Creio que podemos ser Judeus e “Gentios” (usando o termo bíblico) com manifestações culturais diferentes, mas com a mesma fé no Salvador Jesus Cristo, o Messias. 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O Efeito Elefante


Terminando esta série de reflexões sobre condicionamento psicológico, vamos falar sobre o efeito Elefante. Chamarei Efeito Elefante o poder de controle e submissão ou domínio que os líderes de um grupo submetido ao condicionamento adquirem. Vamos usar o exemplo do elefante condicionado a uma prisão.  Sabe-se que se um elefante é preso quando pequeno por uma corrente forte, e durante seu crescimento mantê-lo preso na mesma forma de prisão, quando for adulto, com a força suficiente para arrebentar a corrente, ele estará condicionado a não tentar sair, pois estará preso pelo hábito da prisão. O efeito Elefante é uma realidade no condicionamento de um homem, que é submetido a algum tipo de prisão. O aprisionamento pode ser muito mais forte, quando é um aprisionamento da mente. Quando alguém não acredita que pode se libertar, ela permanecerá presa, e mesmo que tenha a força, a capacidade, ou a habilidade de sair da prisão que está submetida, ela não tentará arrebentar a sua corrente, pois o medo é seu maior carcereiro.
O efeito Elefante somente tem força, quando a pessoa é submetida a um período de aprisionamento. Este efeito é mais forte, em pessoas que crescem dentro de um tipo de aprisionamento, mas também é forjado, naqueles que durante um tempo se submetem a algum tipo de prisão. O mais importante para o efeito Elefante é a presença da corrente, que mantém a pessoa aprisionada dentro do espaço permitido. As pessoas aprisionadas têm um espaço limitado, e ir além do espaço que foi determinado pelo domador, pode ser inicialmente feito uma corrente suficientemente forte para impedir a fuga, ou o passeio. Mais tarde, a corrente não precisa mais ser tão forte, o que pode enganar aqueles que chegam para verificar a prisão. Não é mais necessário nem mesmo colocar correntes, pois o “elefante” está condicionado a acreditar que existem correntes, e na verdade as correntes estão em sua mente. Talvez alguns domadores possam utilizar inicialmente de chicotes, e depois somente o barulho do chicote é o suficiente para impedir o condicionado a tentar fugir ou tentar mudar a situação.
Muitos perguntam, como pessoas que estão aprisionadas a um sistema não fogem? E outros perguntam como pessoas permitiram ficar aprisionadas? O que as pessoas não percebem é que todos nós estamos de alguma forma presos por algum tipo de corrente. Existem correntes da cultura, correntes da religião, correntes do medo, correntes da tradição, correntes da política, correntes da economia, enfim há correntes em todos os lados. Contudo existe uma forma de ser livre das correntes deste mundo, e mesmo acorrentado podemos ser livres, quando conhecemos a verdade. Jesus um homem que jamais foi preso por nenhuma corrente, Ele disse: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Conhecendo a verdade o elefante seria livre de sua prisão, pois nenhuma das correntes poderia o segurar um animal com tamanha força. Nós também se conhecêssemos nossa força, ninguém nos prenderia em nenhum tipo de prisão. Seriamos totalmente livres, não por causa de nossa força, pois fisicamente é possível construir correntes que nos prendem, mas seriamos livres porque seriamos conhecedores da verdade, e a verdade não pode ser aprisionada, pode apenas ser escondida. Entretanto a verdade está viva, e quem busca ao Senhor que faz a verdade ser verdade, encontrará a força suficiente para sair de seu espaço de aprisionamento, através da força da verdade.
Ninguém pode aprisionar um homem que acredita na verdade, no entanto a verdade não é estabelecida pelo homem, que vive sob a tutela de correntes, ela é estabelecida por alguém que nunca foi aprisionado, ou seja, por Deus. Deus é a verdade, que nos liberta. Termino esta série de reflexões, dizendo que um dia descobri que estava preso, então percebi que poderia sair, contudo também descobri que sair de um espaço pode significar deixar para trás, tudo que este espaço tem, além de perder outros “elefantes” que estão ainda presos. Se estes “elefantes” fossem seus amigos e parentes, isto pode significar que prisões podem ser sua casa, mas nunca serão sua liberdade. Percebi também que o espaço não é nossa prisão, pois mesmo dentro de uma cela de grades podemos ser livres. A verdadeira prisão é acreditar que as correntes deste mundo podem nos prender, sendo que Deus nos fez muito mais fortes que qualquer corrente que este mundo produza, contudo somente quando encontramos a verdade, somos verdadeiramente livres. Eu fui preso, sendo livre, fui acorrentado tendo a força para quebrar as correntes, mas descobri que a maior corrente que nos prende é o medo, pois o medo traz tormenta, contudo o amor lança para fora o medo, e quem conhece o amor de Deus, é livre de todo medo. 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O Condicionamento é um Fenômeno Humano Social


Depois de apresentar o condicionamento psicológico de Grupos de Controle coletivo, que quando tem atuação religiosa são chamados normalmente de “seitas”, mas infelizmente o condicionamento de controle coletivo aparece em muitos grupos, que não são reconhecidos como seitas, como grupos perigosos, muitos são aceitos pela sociedade como até grupos de valor social. Observo que o fenômeno sociológico que chamo de Condicionamento de controle coletivo, que vou abreviar para uma sigla: CCC; aparece em todo grupo que tem lideres ou uma liderança forte e carismática. Se o líder não tem um pensamento de libertação, de respeito à livre expressão de pensamentos, a tendência é esta liderança impor sua forma de pensar, e até sua forma de viver. Existem casos até de imitação da forma de vestir, da forma de falar, da forma de agir, ou melhor, de transformar o líder num tipo de modelo.
Constato que o CCC não está somente nos grupos religiosos, é um fenômeno social, que atua em grupos sociais. Podemos encontrar em grupos políticos, acadêmicos, científicos, filosóficos, econômicos, enfim em qualquer grupo de pessoas que tem objetivos comuns ou crenças comuns. Se observarmos o nazismo, veremos Hitler usando dos mesmos princípios de controle psicológico. Lideres políticos tornam-se ditadores de moral e de cosmovisões. Poderíamos dizer que temos seitas políticas, econômicas, religiosas. O que seria uma seita? Eu diria que são grupos fechados, esotéricos (misteriosos ou com iniciações e rituais secretos) e com crenças perigosas que podem produzir morte, destruição e escravidão.
Num documentário sobre seitas, em que um cientista criou um índice de maldade, um membro de uma das seitas mais perigosas que temos noticias, ele próprio se tornou assassino em nome do grupo para cumprir sua crença, e esta preso em uma penitenciaria, este membro disse: “Quando não podemos pensar fora do esquema, isto é escravidão”.
A grande pergunta é: “Quem não pensa segundo o esquema ou o sistema?” Com certeza, nós conhecemos um que não pensava segundo o sistema do mundo, o seu nome é Jesus Cristo. Quem revoluciona não pensa segundo o sistema, é inovador, é autentico. Os inovadores podem ser confundidos com “revoltados”, com “rebeldes”, com “diferentes”, com “heróis”, com “especiais”. Muitos dos inovadores são amados, outros odiados, mas a maioria deles é perseguida. Ou são perseguidos, ou se tornam os perseguidores. Alguns inovadores tornam-se os formadores de novos sistemas.
Falando sobre seitas cada dia que as estudo, ou estudo a formação de grupos que usam o CCC se tornam desprezíveis ou rejeitados, quando ultrapassam o tolerável que a maioria aceita. Este tolerável na igreja pode ser o isolamento, ou o escândalo, ou ainda praticar crimes contra a lei do país que mora. Alguns se tornam seitas, não porque são hereges, mas sim porque são intolerantes e orgulhosos, considerando-se os “mais fiéis”, os “escolhidos”, “os únicos detentores da verdade”.
Como no céu não haverá opiniões, pois a verdade será a própria vida da existência eterna, espero que todos que realmente “creram e nasceram de novo” estejam unidos vivendo com Deus. Espero que não haja juízo que impeça a salvação. Espero que seja a verdade, que Deus mantém sua adoção apesar de nossa incredulidade, ou que Deus nos salva no meio de nossa imensa divergência de idéias e opiniões.