O Fenômeno Religioso é um
fenômeno humano.
Sendo o professor da
área de Religião, da faculdade, uma de minhas matérias é psicologia da
Religião. Gostaria então de contribuir com o pensamento sobre este fenômeno
humano que é constatado em todos os povos, todas as culturas, e em todos os
tempos.
O Fenômeno é um fato
constatável pela observação na Natureza. Alguns fenômenos podem ter explicações
que diferem do perceptível, ou do visível, como é o caso no deserto da “miragem”.
A “Miragem” é um fenômeno perceptível e visível, por qualquer um que ande no
deserto. Eu mesmo andando no deserto pude ver “miragem” de um grande lago, que não existia.
Ao caminhar percebia que o “lago” desaparecia, e se distanciava. Este é um
fenômeno explicável, pois é físico. Assim como a “miragem”, o fenômeno religioso
é observado em todos os seres humanos. Talvez a explicação seja diferente do
fenômeno, contudo utilizando das técnicas da psicologia podemos verificar este
fenômeno. Existem algumas teses sobre a “origem” do fenômeno religioso, como as
teorias de Freud, Jung, Gordon Alport e Anton Bolsen, mas nenhuma delas, no meu
entender apontam para a explicação bíblica. Considero como um teólogo e cristão
que a Bíblia não é um livro qualquer, é de fato o discurso divino para o homem.
É uma revelação de sua pessoa e acima de tudo de sua mensagem para o homem.
Deus quis falar com o homem de forma escrita, por isto começou a escrever a
Bíblia de “próprio punho”, no monte Sinai com Moisés. Foi Deus que escreveu em
tábuas de pedra os dez mandamentos, a constituição da lei mosaica.
Considero que Bolsen,
um capelão e pastor evangélico, foi o
que mais se aproximou de um pensamento cristão e bíblico. Contudo as distorções
promovidas por suas crises tenham o fixado em um ponto apenas, o ponto do
conflito, da esquizofrenia. De fato o fenômeno religioso é fruto de um
conflito, mas não o conflito sexual que Freud afirma ser, ou o conflito
existencial que Bolsen afirma. Nem mesmo creio ser o inconsciente coletivo que
Jung, que apesar de filho de um pastor protestante, afirma ser. Creio que
também não é o PROPRIUM de Alport, e ele também era um professor de Havard, psicólogo
e protestante. A idéia que o fenômeno religioso
resulta de apenas uma experiência pessoal, pode ser parte, mas não é a
explicação integral, pois muitos tem a mesma experiência. O pensamento
Freudiano, que nem mesmo dizia acreditar em Deus, o que o coloca como um
pensador que ignora o óbvio, ou seja, a existência de Deus não é questionável,
é óbvia, é lógica; é um pensamento humanista e sem qualquer embasamento bíblico.
Em nenhum momento Freud considera a Bíblia como base de revelação. Qualquer ser
humano sabe interiormente e após analise lógica da natureza que Deus existe e
que se comunica com o homem. Estou sendo um pouco “radical” quando se pensa de
forma cientifica, mas de forma teológica e cristã, estou sendo natural. Se alguém
que se diz cristão, não crer na existência de Deus, e não colocar a Bíblia como
a base de suas teses, este não é cristão, nem mesmo pode dizer que está com uma
tese bíblica ou teológica, tem apenas uma tese cientifica.
Acredito que Bolsen
chamou a atenção para o fato da crise ou do conflito humano que o fenômeno
religioso tem dentro de sua existência. Que Alport chamou a atenção para a “pessoalidade”
ou “expressão pessoal” do fenômeno religioso, pois o fenômeno religioso é além
de uma expressão coletiva, pois é visto em todas as pessoas como Jung diz,
também pessoal e individual. A idéia freudiana diminui o homem a classe
animalesca, sem diminuir a grandeza da criação dos animais, mas apenas
constatando que Deus criou o homem a sua “imagem e semelhança”, então dizer que
a busca de Deus é apenas um desejo sexual, é biblicamente uma blasfêmia.
Então como disse vou
contribuir com um conceito para a origem do fenômeno religioso. O fenômeno religioso
resulta da necessidade natural e antrópica de unir o espírito humano ao
Espirito de Deus, pois Deus é a fonte da vida, e o homem sente necessidade de
ter comunhão com Deus.
Diante da origem do fenômeno
religioso, que a “necessidade de Deus”, o ser humano cria “religiões”, ou forma
de conduta para conseguir unir-se a Deus. Como o homem foi desligado, ou
desunido por causa do que a Bíblia chama de pecado, o homem sente um vazio
interior, que somente é preenchido por Deus, como diria Billy Graham. O fenômeno
religioso se manifesta religiosamente, com Religiões, mas somente Jesus Cristo
preenche a necessidade humana, pois somente Jesus pode ser o mediador entre
Deus e os homens. Ele disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Jesus é a
verdadeira religação com Deus, mas esta religação permanece no ser humano, pois
mesmo depois de restaurado esta ligação, a necessidade não é suprida, pois foi
criada por Deus como uma necessidade permanente, assim como comer, beber, e dormir.
Existem necessidades humanas como procriar que podem ser suprimidas, limitadas
e até rejeitadas, mas a “necessidade de Deus” é permanente, insaciável, e não
pode ser retirada da natureza humana. O homem foi feito para ter um
relacionamento com Deus, e para viver deste relacionamento com Deus, pois a
fonte da vida é Deus.
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