segunda-feira, 1 de abril de 2013

Fenômeno Religioso - "a necessidade de Deus"


O Fenômeno Religioso é um fenômeno humano.

Sendo o professor da área de Religião, da faculdade, uma de minhas matérias é psicologia da Religião. Gostaria então de contribuir com o pensamento sobre este fenômeno humano que é constatado em todos os povos, todas as culturas, e em todos os tempos.

O Fenômeno é um fato constatável pela observação na Natureza. Alguns fenômenos podem ter explicações que diferem do perceptível, ou do visível, como é o caso no deserto da “miragem”. A “Miragem” é um fenômeno perceptível e visível, por qualquer um que ande no deserto. Eu mesmo andando no deserto pude ver  “miragem” de um grande lago, que não existia. Ao caminhar percebia que o “lago” desaparecia, e se distanciava. Este é um fenômeno explicável, pois é físico. Assim como a “miragem”, o fenômeno religioso é observado em todos os seres humanos. Talvez a explicação seja diferente do fenômeno, contudo utilizando das técnicas da psicologia podemos verificar este fenômeno. Existem algumas teses sobre a “origem” do fenômeno religioso, como as teorias de Freud, Jung, Gordon Alport e Anton Bolsen, mas nenhuma delas, no meu entender apontam para a explicação bíblica. Considero como um teólogo e cristão que a Bíblia não é um livro qualquer, é de fato o discurso divino para o homem. É uma revelação de sua pessoa e acima de tudo de sua mensagem para o homem. Deus quis falar com o homem de forma escrita, por isto começou a escrever a Bíblia de “próprio punho”, no monte Sinai com Moisés. Foi Deus que escreveu em tábuas de pedra os dez mandamentos, a constituição da lei mosaica.

Considero que Bolsen, um capelão e pastor evangélico,  foi o que mais se aproximou de um pensamento cristão e bíblico. Contudo as distorções promovidas por suas crises tenham o fixado em um ponto apenas, o ponto do conflito, da esquizofrenia. De fato o fenômeno religioso é fruto de um conflito, mas não o conflito sexual que Freud afirma ser, ou o conflito existencial que Bolsen afirma. Nem mesmo creio ser o inconsciente coletivo que Jung, que apesar de filho de um pastor protestante, afirma ser. Creio que também não é o PROPRIUM de Alport, e ele também era um professor de Havard, psicólogo e protestante.  A idéia que o fenômeno religioso resulta de apenas uma experiência pessoal, pode ser parte, mas não é a explicação integral, pois muitos tem a mesma experiência. O pensamento Freudiano, que nem mesmo dizia acreditar em Deus, o que o coloca como um pensador que ignora o óbvio, ou seja, a existência de Deus não é questionável, é óbvia, é lógica; é um pensamento humanista e sem qualquer embasamento bíblico. Em nenhum momento Freud considera a Bíblia como base de revelação. Qualquer ser humano sabe interiormente e após analise lógica da natureza que Deus existe e que se comunica com o homem. Estou sendo um pouco “radical” quando se pensa de forma cientifica, mas de forma teológica e cristã, estou sendo natural. Se alguém que se diz cristão, não crer na existência de Deus, e não colocar a Bíblia como a base de suas teses, este não é cristão, nem mesmo pode dizer que está com uma tese bíblica ou teológica, tem apenas uma tese cientifica.

Acredito que Bolsen chamou a atenção para o fato da crise ou do conflito humano que o fenômeno religioso tem dentro de sua existência. Que Alport chamou a atenção para a “pessoalidade” ou “expressão pessoal” do fenômeno religioso, pois o fenômeno religioso é além de uma expressão coletiva, pois é visto em todas as pessoas como Jung diz, também pessoal e individual. A idéia freudiana diminui o homem a classe animalesca, sem diminuir a grandeza da criação dos animais, mas apenas constatando que Deus criou o homem a sua “imagem e semelhança”, então dizer que a busca de Deus é apenas um desejo sexual, é biblicamente uma blasfêmia.

Então como disse vou contribuir com um conceito para a origem do fenômeno religioso. O fenômeno religioso resulta da necessidade natural e antrópica de unir o espírito humano ao Espirito de Deus, pois Deus é a fonte da vida, e o homem sente necessidade de ter comunhão com Deus.

Diante da origem do fenômeno religioso, que a “necessidade de Deus”, o ser humano cria “religiões”, ou forma de conduta para conseguir unir-se a Deus. Como o homem foi desligado, ou desunido por causa do que a Bíblia chama de pecado, o homem sente um vazio interior, que somente é preenchido por Deus, como diria Billy Graham. O fenômeno religioso se manifesta religiosamente, com Religiões, mas somente Jesus Cristo preenche a necessidade humana, pois somente Jesus pode ser o mediador entre Deus e os homens. Ele disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Jesus é a verdadeira religação com Deus, mas esta religação permanece no ser humano, pois mesmo depois de restaurado esta ligação, a necessidade não é suprida, pois foi criada por Deus como uma necessidade permanente, assim como comer, beber, e dormir. Existem necessidades humanas como procriar que podem ser suprimidas, limitadas e até rejeitadas, mas a “necessidade de Deus” é permanente, insaciável, e não pode ser retirada da natureza humana. O homem foi feito para ter um relacionamento com Deus, e para viver deste relacionamento com Deus, pois a fonte da vida é Deus. 

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