segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Elementos que podem relegar uma igreja a perder seu sentido de existir

A igreja perde seu sentido de existir, quando perde seu propósito de existir. O autor do livro Um Igreja sem Propósitos coloca alguns elementos que foram encontrados nas sete igrejas do apocalipse, e que podemos destacar como elementos que relegam a igreja a sua inexistência. Encontrei cinco elementos principais: Prostituição com os deuses pós-modernos, tolerância com a libertinagem, a dupla personalidade da igreja (duas caras), a falta de identificação com Deus, e a perda do primeiro amor. A igreja que tem estes elementos perde seu propósito de existir, e começa a produzir três situações: Suicídio espiritual, a acomodação, ou amoldar segundo o mundo. Como a igreja não foi chamada para ser uma organização formal, como um clube, uma empresa, ou uma sociedade não governamental, a perda do propósito fundamental de ser o Corpo de Cristo na terra, leva também a sociedade e os indivíduos a perder a relevância da igreja. Se a igreja não dá seu valor, ou não sabe seu valor verdadeiro, limitando-se a ser uma ONG defensora dos direitos humanos ou uma sociedade religiosa sem fins lucrativos, o mundo também não saberá o que é a igreja.
Chegamos então ao ponto fundamental do propósito da igreja, o que ela é, e não o que ela faz. O que ela é ditará o que ela faz, mas suas obras não salvarão a humanidade. A salvação é pela fé, e a igreja deve ser a demonstração da graça de Deus aos homens. Nós somos a Bíblia que o mundo lê, somos o “verbo” que se faz carne no meio do mundo. A relevância que teremos será a relevância que damos a grande comissão que Jesus nos deu. Ide e fazei discípulos, esta é nossa parte no Missio Dei. Se a igreja não assumir seu papel fundamental tudo será muito parecido com o que o mundo tem, se ela assumir seu propósito nós seremos a “loucura do evangelho” que o mundo admira.
Entretanto para descobrir ou redescobrir o grande propósito da igreja, temos que trabalhar com os cinco elementos que citei. Voltemos ao primeiro amor, e nos identificaremos com o Pai. Identifiquemos-nos com o Pai, e teremos uma personalidade firme. Com esta personalidade firme não toleraremos a libertinagem. E com o fim da libertinagem destruiremos os deuses pós modernos. Assim seremos o “povo mais feliz da terra”, e nosso valor aparecerá.

A “Teologia da Cruz” para a igreja brasileira hoje

Considerando o momento histórico que tem sido chamado de pós-modernidade, vivemos numa sociedade em mutação, que busca sua identidade, num mundo globalizado. Este mundo globalizado impõe uma nova sociedade tecnologicamente avançada que através dos meios de comunicação cria uma “aldeia global”, envolvendo o Brasil, e a igreja brasileira.
A teologia da prosperidade através do movimento neo-pentecostal que predomina nos meios de comunicação influencia toda igreja brasileira. A crença numa fé humanista direcionada para Deus, usando Deus como seu servo e “determinando” para Deus e seus anjos, como se eles fossem obrigados a fazer o que o “servo de Deus” ordena pela fé, pois todos são presos pela “palavra”. Jesus tornou-se um capitalista dono do melhor método de gerenciamento criado. Jesus tornou-se um mero coadjuvante da igreja que coloca seus nomes denominacionais na frente dos milagres, e “usa” o nome do Senhor como um talismã mágico. Além desta frente mística que invade a igreja brasileira, distanciando o “perdido” da misericórdia e do arrependimento, temos o “mundo gospel” que mistura o “santo” com uma roupagem profana. O “Gospel” que é um caminho pós-moderno, numa igreja inchada de convencidos, e poucos convertidos.
Neste momento que a igreja cresce invadindo todos os setores da sociedade brasileira, e que ser evangélico já não é mais vergonhoso, pois antes éramos os “crentes”, temos a necessidade da teologia da cruz. Eu chamaria teologia da cruz, a lembrança da ceia do Senhor. A sua morte, sua ressurreição e sua ordem do “Ide”. A Teologia da Cruz é talvez a mensagem mais necessária na igreja brasileira hoje. À volta ao principio fundamental do “tomar a sua cruz e seguir Jesus”. A igreja brasileira precisa relembrar dos valentes “crentes” que pregavam nas praças, o Jesus carpinteiro que pagou o preço do nosso pecado, o Jesus que morreu levando as dores, o Jesus que aceita todos da maneira que estão, mas que é necessário o arrependimento. Arrependimento que faz do “crente” uma pessoa diferente dos outros. Uma igreja que não se amolda, mas transforma o mundo. A teologia da cruz faz a prosperidade da alma, e recria um mundo gospel santo. A igreja brasileira precisa da cruz, pois a cruz trará ressurreição.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

SIMBOLOS E RITUAIS PODEM SER UTEIS NO CRISTIANISMO?

Uma pergunta muito interessante, pois o cristianismo é cheio de símbolos e rituais. Antes mesmo de Jesus, o judaísmo utilizava largamente os símbolos e rituais. No período da história relatada em Atos os Cristãos usavam símbolos para se identificar no meio da perseguição promovida pelo Império Romano. Símbolos como a cruz e o peixe. Na verdade, Deus promoveu vários símbolos e rituais como forma de apresentar suas verdades de forma visível e compreensível ao homem. Assim como Jesus utilizou de parábolas para expressar as verdades eternas e práticas, Deus em toda Bíblia utiliza de símbolos e rituais para demonstrar realidades. Entretanto muitas vezes estes símbolos e rituais podem assumir a importância superior, pois o que eles querem simbolizar fica em segundo plano, e o visível é mais valorizado, às vezes até venerado ou adorado. Como aconteceu com a Serpente de Bronze em Israel, que teve um objetivo de demonstrar a salvação que posteriormente seria vista por meio de Jesus na cruz, sendo maldição por nós, virou um “poste-ídolo”. O próprio Templo transformou-se em um ídolo, e ele era na verdade um grande símbolo ou um conjunto de símbolos que levam a compreensão da salvação de Jesus e a Igreja. Os rituais de sacrifício eram grandes símbolos da redenção planejada por Deus Pai. O período antes de Jesus está repleto de símbolos e rituais que são utilizados para o bem, e não são rejeitados.
No período após o Senhor Jesus também encontramos símbolos e rituais. Os próprios rituais estabelecidos por Jesus são a demonstração desta realidade: o Batismo e a Ceia. O livro de Apocalipse é um conjunto de símbolos, e logo no primeiro versículo diz: (Apocalipse 1:1) – “REVELAÇÃO de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo”. Duas palavras demonstram esta realidade: “Revelação” – APOCALIPSE que significa: “Tirar o véu”, ou “revelar”, é uma forma de expressar símbolos. E a palavra “notificou” – ESËMANEN que é o verbo SËMAINÖ que dizer amplificando a palavra: “fazer conhecido por meio de símbolos”.
Muitas Igrejas pentecostais e neo-pentecostais utilizam hoje vários dos rituais e símbolos que a Igreja Católica utiliza e já utilizou inclusive Igrejas históricas também utilizam. Símbolos como a cruz, como o cálice, a água abençoada, objetos “abençoados” (ou benzidos como diriam os católicos), cultos que seguem liturgias pré-determinadas como as missas católicas, orações fortes ou rezas. Da mesma forma era comum no judaísmo rezas como o Sidur, e muitos símbolos, como ainda são usados hoje. Roupas são comuns como símbolos e como parte dos rituais. O mistério e o escondido são aguçadores de curiosidade ou ótimos esconderijos de mensagens. A curiosidade humana pode ser um bom instrumento para a busca da verdade, assim como pode ser a obsessão de uma fantasia ou de uma crença que deseja ser a verdade.
Hoje muitos cristãos são radicalmente contra símbolos e rituais, outros utilizam de forma constante e até com uma crença da necessidade absoluta. O fato é que os símbolos e rituais foram utilizados de forma útil, de forma inútil e de forma errada. A preocupação com os símbolos e rituais pode até dividir a Igreja, e já tem dividido. A grande pergunta é como utilizar de forma que os símbolos e rituais não sejam o objetivo da utilização, e sim um instrumento de comunicação do evangelho? Pois sempre haverá símbolos e rituais, e uns serão usados para o bem e outros para mal, assim como objetos e palavras. Nós mesmos somos símbolos da grandeza de Deus, pois somos a sua imagem e semelhança.
A Igreja tem que primeiro entender a mensagem, pois o objetivo de toda comunicação é a uma mensagem. Infelizmente existem autores que se preocupam tanto com as palavras bem colocadas e organizadas que esquecem sua mensagem. Entretanto outra realidade tem que ser considerada, é que o ser humano precisa ter sua atenção focalizada para entender a mensagem, e muitas vezes a única forma é a curiosidade. Então deixaria um texto que Paulo nos deu como final deste texto, mas não como a resposta:
(Filipenses 1:15) - Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa vontade;
(Filipenses 1:16) - Uns, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões.
(Filipenses 1:17) - Mas outros, por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho.
(Filipenses 1:18) - Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda.
(Filipenses 1:19) - Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo,