domingo, 11 de novembro de 2012

A Teologia da Prosperidade e a Globalização



A Teologia da Prosperidade tem sido um novo dogma que tem adquirido adeptos em todas as denominações evangélicas. Até mesmo a Igreja Católica que em seu dogma tem o principio da avareza, como o acumulo de riquezas que são além do necessário, tem também simpatizantes deste novo dogma. Esta teologia tem maior aceitação entre os protestantes ou evangélicos, principalmente pelo histórico que formou o capitalismo e o pensamento da prosperidade. A Igreja Católica foi a primeira a reagir a aquilo que é chamado de “capitalismo selvagem”, e criou o dogma da Teologia da Libertação. Esta teologia reagiu ao pensamento capitalista e foi muito confundido com o pensamento socialista ou maxista. Em alguns casos de fato os socialistas aderiram a teologia da Libertação como um apoio aos seus ideais de distribuição de renda. Não vamos discutir qual o pensamento político mais adequado a fé cristã, nem mesmo analisar qual aquele que mais apoiou a fé cristã. Contudo observamos que a defesa do “pobre” sempre foi um aspecto da fé Cristã, antes observada na lei mosaica. O “pobre” era sempre defendido e era incentivado o cuidado e a formação de leis de cobertura. A teologia da Libertação apesar de em alguns casos tender a extremismos por parte dos adeptos, chamou atenção numa teologia latina americana ao problema da diferença das classes e da distribuição de renda. Este tem sido um das maiores preocupações do discurso pós moderno, apesar de na prática não ser a forma de viver pós moderna, que á altamente competitiva, individualista, e exclusivista. O Cristianismo sempre deve ser inclusivista e bondoso, criando possibilidades de auxiliar todos os homens. A teologia latina americana tem reagido à discussão da teologia da libertação com a criação de uma teologia holística que tem sido chamada de Missão Integral. A Missão Integral é uma resposta evangélica ao fato que as sociedades latinas americanas, não têm a mesma prosperidade da região norte do mundo, incluindo aqui o bloco europeu e os norte americanos. Até mesmo a pobreza no bloco do norte é diferente dos latinos americanos e os da região chamada subdesenvolvida: América do Sul, África e Ásia. E a distribuição de renda dentro de um sistema capitalista é promovida pela riqueza individual. Nosso ponto de vista não está baseado em pensamentos provenientes de linhas não cristãs, ou mesmo não teológico. Cremos que Jesus é a resposta para qualquer sociedade, e a compreensão exata de seus ensinamentos que são fundamentados no amor, é a melhor solução e de fato são a única e verdadeira solução para a sociedade humana. O que devemos então pensar é se a teologia da prosperidade tem de fato transmitida ao mundo o ensinamento de Cristo de amar ao próximo como a si mesmo e amar a Deus sobre todas as coisas. Creio que toda teologia construída em temas filosóficos precisam reavaliar sempre a base em que foram construídas. Nossa teologia é construída no amor de Deus? O amor de Deus é a base para toda compreensão de sua justiça, pois Deus é amor. O fato é que todos nossos dogmas deveriam ser interrogados com a frase: Este dogma feriu o principio do amor de Deus? Ou este dogma nos afasta do amor de Deus?
A globalização promove o pensamento que está em consonância com a Teologia da Prosperidade. A Teologia da Prosperidade apóia e fortalece o principio do capitalismo mundial, por isto é uma teologia muito bem aceita pelos empresários, e os políticos. Ela é admirada pelos pobres, e almejada por todos. Ela se confunde um pouco com os desejos naturais de crescimento e subsistência. A Teologia da Prosperidade segue a “onda” da planificação da sociedade, com a busca de uma sociedade próspera. Contudo uma pergunta forte ecoa: “O que serão feitos com os pobres da terra?” Eles serão esquecidos? Serão classificados como “homens de pouca fé”? Será que temos o direito cristão de empurrar para a “periferia da igreja” os pobres, utilizando de um dogma que nos permita esta atitude e até nos justifique a atitude preconceituosa ou segregista? Minha pergunta pode parecer indutiva, e talvez seja, mas agora quero a utilizar como forma de discussão e de busca de alguma base bíblica para uma distribuição de rende tão irregular, e determinatória. Alguns não crescem, porque não é permitido, outros porque são discordantes, outros porque são inferiorizados, outros porque são dizimados. Será que a tese da capacidade individual é reinante neste mundo que a Bíblia diz: “jaz no maligno”. 

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