A Teologia da
Prosperidade tem sido um novo dogma que tem adquirido adeptos em todas as
denominações evangélicas. Até mesmo a Igreja Católica que em seu dogma tem o
principio da avareza, como o acumulo de riquezas que são além do necessário,
tem também simpatizantes deste novo dogma. Esta teologia tem maior aceitação
entre os protestantes ou evangélicos, principalmente pelo histórico que formou
o capitalismo e o pensamento da prosperidade. A Igreja Católica foi a primeira
a reagir a aquilo que é chamado de “capitalismo selvagem”, e criou o dogma da
Teologia da Libertação. Esta teologia reagiu ao pensamento capitalista e foi
muito confundido com o pensamento socialista ou maxista. Em alguns casos de
fato os socialistas aderiram a teologia da Libertação como um apoio aos seus
ideais de distribuição de renda. Não vamos discutir qual o pensamento político
mais adequado a fé cristã, nem mesmo analisar qual aquele que mais apoiou a fé
cristã. Contudo observamos que a defesa do “pobre” sempre foi um aspecto da fé
Cristã, antes observada na lei mosaica. O “pobre” era sempre defendido e era
incentivado o cuidado e a formação de leis de cobertura. A teologia da
Libertação apesar de em alguns casos tender a extremismos por parte dos adeptos,
chamou atenção numa teologia latina americana ao problema da diferença das
classes e da distribuição de renda. Este tem sido um das maiores preocupações do
discurso pós moderno, apesar de na prática não ser a forma de viver pós
moderna, que á altamente competitiva, individualista, e exclusivista. O
Cristianismo sempre deve ser inclusivista e bondoso, criando possibilidades de
auxiliar todos os homens. A teologia latina americana tem reagido à discussão
da teologia da libertação com a criação de uma teologia holística que tem sido
chamada de Missão Integral. A Missão Integral é uma resposta evangélica ao fato
que as sociedades latinas americanas, não têm a mesma prosperidade da região
norte do mundo, incluindo aqui o bloco europeu e os norte americanos. Até mesmo
a pobreza no bloco do norte é diferente dos latinos americanos e os da região
chamada subdesenvolvida: América do Sul, África e Ásia. E a distribuição de
renda dentro de um sistema capitalista é promovida pela riqueza individual.
Nosso ponto de vista não está baseado em pensamentos provenientes de linhas não
cristãs, ou mesmo não teológico. Cremos que Jesus é a resposta para qualquer
sociedade, e a compreensão exata de seus ensinamentos que são fundamentados no
amor, é a melhor solução e de fato são a única e verdadeira solução para a
sociedade humana. O que devemos então pensar é se a teologia da prosperidade
tem de fato transmitida ao mundo o ensinamento de Cristo de amar ao próximo
como a si mesmo e amar a Deus sobre todas as coisas. Creio que toda teologia
construída em temas filosóficos precisam reavaliar sempre a base em que foram
construídas. Nossa teologia é construída no amor de Deus? O amor de Deus é a
base para toda compreensão de sua justiça, pois Deus é amor. O fato é que todos
nossos dogmas deveriam ser interrogados com a frase: Este dogma feriu o
principio do amor de Deus? Ou este dogma nos afasta do amor de Deus?
A globalização promove
o pensamento que está em consonância com a Teologia da Prosperidade. A Teologia
da Prosperidade apóia e fortalece o principio do capitalismo mundial, por isto
é uma teologia muito bem aceita pelos empresários, e os políticos. Ela é
admirada pelos pobres, e almejada por todos. Ela se confunde um pouco com os
desejos naturais de crescimento e subsistência. A Teologia da Prosperidade
segue a “onda” da planificação da sociedade, com a busca de uma sociedade
próspera. Contudo uma pergunta forte ecoa: “O que serão feitos com os pobres da
terra?” Eles serão esquecidos? Serão classificados como “homens de pouca fé”?
Será que temos o direito cristão de empurrar para a “periferia da igreja” os
pobres, utilizando de um dogma que nos permita esta atitude e até nos
justifique a atitude preconceituosa ou segregista? Minha pergunta pode parecer
indutiva, e talvez seja, mas agora quero a utilizar como forma de discussão e
de busca de alguma base bíblica para uma distribuição de rende tão irregular, e
determinatória. Alguns não crescem, porque não é permitido, outros porque são
discordantes, outros porque são inferiorizados, outros porque são dizimados.
Será que a tese da capacidade individual é reinante neste mundo que a Bíblia
diz: “jaz no maligno”.
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