quinta-feira, 25 de abril de 2013

Ciência e Religião inimigas ou aliadas?


Quero começar estes textos de reflexão considerando a história da Psicologia, que é uma das ciências humanas. Na história da psicologia podemos ver a história do relacionamento entre a Religião e a Ciência. 
A Psicologia divide sua história em quatro etapas:

  1. Espiritual – Religioso
  2. Filosófico – Religioso
  3. Cientifico - Ateísta
  4. Cientifico – Fenomenologista

  1. Espiritual – Religioso:

Este primeiro período, o maior da humanidade, é o que compreende da criação da humanidade até a civilização grega. Em termos de anos temos de pelo menos 4 mil a.C. até 500 a 300 a.C., ou 3.500 anos da humanidade.
Este período se caracteriza pela ligação da psicologia ao serviço religioso. Os sacerdotes prestavam serviços de aconselhamento, de tratamentos psicológicos e até de tratamento médico, que incluía doenças e distúrbios mentais. Alguns dos tratamentos psicológicos eram exorcismos ou feitiçaria, que envolvia o inicio da Farmacheia ou Farmácia (manipulação de medicamentos).
Neste período o homem sempre ligou os problemas psicológicos sejam eles físicos ou da alma como problemas espirituais. As doenças mentais e os distúrbios mentais teriam origens ou causas espirituais. Por isto os tratamentos estavam ligados a rituais, poções mágicas, orações, e atos religiosos.

  1. Filosófico – Religioso:

O Segundo período foi da civilização grega até o tempo do Renascimento. Um período de 2.300 anos foi o segundo maior período da humanidade. Com a chegada do pensamento filosófico, a religião foi apoiada pela filosofia que era também parte da Religião. Mas os novos conceitos traziam a idéia da observação dos fenômenos naturais como parte da compreensão do universo, e não somente a fé religiosa.
O Homem que já tinha muitas técnicas de medicina, especialmente os egípcios, babilônios, medos-persas, chineses, e outros, começaram a desvincular a saúde do corpo, incluindo aqui a mente ou a alma.
Este período teve seu auge no inicio com a civilização grega, e depois se estagnou e perdeu seu brilho, na idade média. A Idade Média trouxe a filosofia para os conceitos religiosos e também determinava as novas ciências da matemática e da física que cresciam. Outras ciências como astronomia, medicina, engenharia de construções, eram aperfeiçoadas, mas a Religião era a que julgava o “certo” e “errado”, por isto a ciência estava mais ligada ao “espiritual” que ao “natural”. Todos os conceitos da Sociologia, Filosofia, Psicologia, Antropologia, História, Economia, Direito, Política, ou toda ciência social era ligada a Teologia. As ciências sociais eram a Teologia, e as ciências naturais eram submetidas à Teologia, o que por motivo de ignorância teológica impediu o crescimento do conhecimento humano, sendo até chamado a “Idade da Trevas”.
É bom lembrar que grandes cientistas como Galileu, Leonardo da Vinci, e outros viveram este período, mas isto não venceu a ignorância e intolerância religiosa que imperava, e impediu o florescimento da ciência.

  1. Cientifico - Ateísta:

O terceiro período que pode ser chamado de “moderno” ou “experimental” nasceu de em um período de crise religiosa, quando a Reforma Protestante quebrou o domínio do catolicismo que era intolerante e ignorante quanto a renovação do conhecimento humano, promovendo a “caça as bruxas” ou a “inquisição” que era uma luta contra os que “discordavam” da igreja católica. A Reforma promoveu florescer de uma volta à liberdade, a busca da prosperidade, e o pensamento livre, incluindo os pensamentos gregos. Este momento religioso permitiu que a Política fosse liberta para permitir o Renascimento que foi seguido pelo Iluminismo.
Este momento de crise, no entanto, também criou uma rejeição a Religião, que era vista como “inimiga da ciência”, e formou uma ideia de uma ciência “laica”, ou em alguns casos “atéia”. O Ateísmo tornou-se como parte do novo conceito cientifico, que desconsiderava o metafísico ou o espiritual.
A Religião foi retirada dos meios científicos, e até os dias de hoje ainda se vêem esta influencia em muitos cientistas. A Religião foi banida, e considerada até como o “ópio da humanidade”, “um comportamento primitivo”, “a repressora”, ou apenas a “ilusão de um complexo sexual”.
Este período foi do Renascentismo até o Período Contemporâneo com o fim das escolas e os “ismos”, por volta de 1940, no meio das grandes guerras mundiais. A Segunda Guerra Mundial foi já o inicio de um novo período pós moderno.
Neste período “moderno” anti religião, temos à formação das principais teses da Psicologia Moderna, com seus grandes teóricos, como Sigmund Freud, Gustav Fechner, Wilhelm Wundt, Wilham James, J.B. Watson. Foi quando nasceu a psicanálise e a psiquiatria e a psicologia se desvinculou do exorcismo.
A Psicologia formou as “escolas” e os “ismos” seguindo um método experimental. Fundamentalmente os problemas que formaram as divisões:
                               I.            Mente versus Comportamento (Estruturalismo x Comportamentalismo)
                            II.            Campo versus Atomismo (Gestalt x Elementarismo)
                         III.            Nativismo versos Empirismo
A linha da Gestalt e da psicanálise se tornou a escola mais forte.

  1. Cientifico – Fenomenologista:

Este é o quarto período que podemos chamar de “Contemporâneo” e talvez será chamado de “pós moderno”, nasceu após a primeira guerra mundial, no tempo do fortalecimento da nação americana como grande poder político militar. Posteriormente com os experimentos da Segunda Guerra Mundial, que promoveram verdadeiros laboratórios humanos, e a fuga dos cientistas alemães e judeus para os EUA, a ciência floresceu nos EUA e tem influenciado até os dias de hoje o novo pensamento, mas próximo da Religião, mas num conceito mais fenomenológico que religioso. A metafísica já tem sido abordada como fenômenos sobrenaturais, criando até novas ciências como a parapsicologia na psicologia e outras “ciências” que buscam espaço no meio cientifico.
A Religião ganhou um novo espaço com a Ciência da Religião, criando o estudo do “Fenômeno Religioso”. A Religião tem sido vista como fato, e não ilusão, pois é constatada e observada, até mesmo experimentada. A teologia ganhou espaço como parte do “fenômeno religioso”, contudo a ciência ainda não aceita Deus como fato, apenas como mito ou símbolo. O estudo do “fenômeno religioso”, abriu nos campos da Sociologia, Antropologia, Psicologia, Política, Economia, e Administração estudos específicos da manifestação do fenômeno. Por isto temos agora a “Sociologia da Religião” e a “Psicologia da Religião”.
A Psicologia tem mudado sua perspectiva sobre a Religião que era vista como uma “inimiga” da ciência ou do conhecimento, e nestes dias contemporâneos a ciência incluindo a psicologia tem aceito a Religião como uma “aliada”. O próprio nascimento da “Psicologia da Religião” e a “Capelania” tem sido a prova da aproximação da Psicologia e a Religião.
Este período a Psicologia ou a ciência assume a liderança e autoridade, contudo não reduz a Religião ao desprezo, inutilidade, ou dispensabilidade.

ciência verdadeira que é o estudo da natureza nunca afastará o homem de Deus, pois Deus é o Criador, e a natureza "proclama a glória de Deus". Quanto mais estudarmos a natureza, mas teremos revelação de Deus. O marxismo tese sociológica que tinha colocado a Religião na classe de “crime” ou “perigo”, agora sucumbe diante da realidade da influencia inegável da Religião. O Evolucionismo perdeu sua força cientifica, apesar de manter sua força cultural, pois não provou nenhum elo perdido, e a Religião permanece firme até mesmo no caso dos que não são cristãos aderindo e reinterpretando as teses evolucionistas, ou seja, a Religião de novo engolindo os novos conceitos. O freudianismo que junto com o marxismo e o evolucionismo foram às teses mais agressivas contra a Religião, no campo psicológico sucumbe diante da realidade que o homem não reage como um animal, pois tem características diferentes. O homem pode reagir como um animal, mas isto não significa que é sua natureza, mas apenas que é possível o que torna a tese de Freud uma proposição inconsistente.
Vivemos um período de distanciamento da importância da ciência, e a busca da Religião, pois o Hedonismo não está baseado em fatos, mas sim em resultados. O homem quer a felicidade a qualquer preço, e mesmo que seja ilógica e sem explicação quer ser feliz. A Religião sempre foi à busca da felicidade, então a Religião revive ou ressurge na sociedade pós moderna contemporânea, como um vulcão inativo que ressurge.
Os Cristãos têm a oportunidade de reformular seus discursos antes defensores diante da critica cientifica, para um discurso mais espiritual não hedonista, mas amoroso. Como sempre o Evangelho traz a solução por meio do amor, que traz a felicidade. 

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Homossexual amado e Homossexualidade negada

Um assunto que tem sido levantado nos nossos dias é sobre o homossexualismo, incluindo aqui toda prática de sexualidade não natural. Digo não natural, pois o natural é aquele que a natureza demonstra ser natural. A relação macho e fêmea é natural, e dela provem a preservação das especies. A prática homossexual é uma prática que impede a procriação e tornando esta prática uma prática geral, produzirá a diminuição da raça humana. Talvez isto seja a explicação do porque autoridades internacionais que nunca se preocuparam com homossexuais agora estão tão engajados naquilo que se chama de "defesa de um direito humano".
Sabemos que a ONU com o relatório de Lugano defendeu ou foi instruída na diminuição da raça humana, e o incentivo ao homossexualismo sem duvida vem a auxiliar naquilo que tem sido chamado de preservação da vida humana na terra. Um pouco parecido com a ideia da solução final de Hitler, mas modernizado e acobertado pelo desejo de liberdade do ser humano. É verdade que todos tem o direito de serem livres, mas a liberdade não dá direito de reprimir as idéias.
Devemos como cristãos reafirmar que todos os homens devem ser amados, independentes de seus erros, mas isto não significa que aprovemos o erro, apenas continuamos amando, e amando apontamos o erro. O cristianismo tem como base apontar o erro, que é chamado de pecado, para assim dar a chance do ser humano escolher entre este erro, e o acerto apresentado na Bíblia. A Igreja sempre apontou o erro do homossexualismo como prática pecaminosa, seguindo vários textos da Bíblia, mas especialmente Romanos capitulo um. Nos dias atuais com o movimento politico que se levantou para a defesa da prática homossexual, o que é diferente da defesa do homossexual. Devemos defender o respeito e o amor de todos os seres humanos, sejam eles rejeitados de qualquer tipo na sociedade. É interessante que a mídia mundial não defende os milhares de cristãos que estão aprisionados em países que violentam, colocam em campos de concentração e tiram todos os direitos humanos aceitos nas cartas da ONU. Porque será que a busca da homossexualidade tem sido maior que a busca dos direitos de liberdade religiosa?
Todo cristão tem que amar um homossexual, mas também tem que rejeitar a prática homossexual. Estamos diante de uma armadilha da mídia e da política internacional. Eles dizem que a Igreja está perseguindo os homossexuais, mas não é verdade, a Igreja sempre pregou contra o homossexualismo, a verdade é que "eles" estão perseguindo a Igreja, e digo "eles", porque não creio que sejam os homossexuais que apenas tem sido incentivado e estão "fogando lenha na fogueira" para ver a guerra entre os grupos afetados.
Deveriamos perceber que quem está por trás, está rindo e zombando de todos, e alguns da Igreja estão sendo enganados pensando que a Igreja decidiu fazer uma estratégia de guerra uniforme e planejada contra os homossexuais. A Igreja em sua divisão já demonstra que isto é mentira, a Igreja apenas está reagindo, as vezes de forma errada, mas não é uma ação é uma reação, quem está agindo são os "poderosos deste mundo tenebroso".
Não deixemos que "eles" coloquem ódio no nosso coração contra pessoas que precisam de ajuda, nem deixemos que esta falácia de amor humanista retire o verdadeiro amor que prega a verdade do evangelho para salvar, curar e libertar.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

O PERIGO DA ÊNFASE FUNDAMENTALISTA GERADO PELO TEMPO – A ESCRAVIDÃO DA IGNORÂNCIA E INTOLERÂNCIA


Um dos temas de maior interesse de meus estudos têm sido o fundamentalismo e a graça. Com certeza por causa da história de minha vida, que enfrentou uma estrutura fundamentalista extremista. Mas não somente enfrentou como viveu dentro desta estrutura. Este texto é parte de minha dissertação de mestrado que está neste blog. Apesar de muitas coisas positivas que o fundamentalismo, especialmente norte americano trouxe, nós como igreja temos perigos, e quero destacar um dos piores, pois ele gera a quebra da comunhão de amigos, famílias e igrejas. É a intolerância, provida da ignorância da graça. Vejamos então um pouco sobre este tema, sem citar exemplos, como minha dissertação apresenta.
O fundamentalismo extremista tendo como fato gerador o tempo e tem como conseqüência a formação de um ambiente para um tipo de ‘escravidão na mente’. Esta ‘escravidão’ pode ser chamada de a ‘escravidão da ignorância e da intolerância’.  A ignorância no sentido de “ignorar outro conhecimento que não aquele permitido pelo grupo”, e intolerância no sentido de “não permitir nenhum tipo de tolerância para outro tipo de modo de vida que não seja o do grupo”. Quanto mais tempo fechado num sistema fundamentalista extremistas, mais forte o perigo deste tipo de ‘escravidão’. A intolerância é o contrário da tolerância, e a declaração de princípios sobre a tolerância, decretada pela UNESCO tem uma boa definição sobre tolerância.
A tolerância não é concessão, condescendência, indulgência. A tolerância é, antes de tudo, uma atitude ativa fundada no reconhecimento dos direitos universais da pessoa humana e das liberdades fundamentais do outro. Em nenhum caso a tolerância poderia ser invocada para justificar lesões a esses valores fundamentais. A tolerância deve ser praticada pelos indivíduos, pelos grupos e pelo Estado. Declaração de Princípios sobre a Tolerância, aprovada pela Conferência Geral da Unesco em Paris, em 1995. Disponível no site:
Considerando o direito universal dos seres humanos o livre arbítrio, e considerando que a tolerância não significa “concessão, condescendência e indulgencia” com o mundo, ou com o pecado do mundo, o fundamentalismo pode manter sua luta pelos fundamentos, sendo tolerantes.

 
O fundamentalismo promove uma ênfase constante em tópicos fundamentais, mas muitas vezes se afasta da práxis de uma vida cristã contextualizada a realidade da sociedade que o grupo fundamentalista vive. A constante mutação de uma sociedade pós-moderna, influenciada pela constante e crescente “torrente de informações”, impede que os fundamentalistas criem normas novas para cada inovação. A chegada de um novo costume ou uso gera uma dificuldade na compreensão, adaptação e convivência para os fundamentalistas. Esta dificuldade acaba fixando muitos fundamentalistas no passado, e demonizando tudo que é novo. Normalmente é mais fácil proibir o novo ou o ainda não estudado, do que procurar viver pelos princípios cristãos do amor e da fraternidade. Foi esta dificuldade que promoveu a demonização da Televisão por alguns pentecostais, que não conseguiam desenvolver um espírito de domínio próprio, e atualmente tem sido designada para a internet uma nova demonização, pois da mesma forma muitos não conseguem conviver com a atração deste novo “uso” que forma “costumes” novos. Para alguns sempre será mais fácil fugir e rejeitar do que enfrentar.
A ênfase na letra da lei é um perigo que Jesus enfrentava com os fariseus. Os fariseus que eram os separados, conforme a própria etimologia da palavra formou uma casta religiosa completamente controladora e elitizada, detentora da pureza religiosa e dos fundamentos reais do judaísmo. O termo santo é o mesmo que separado, e por isto para os fariseus, a santidade estava ligada a prática fundamentalista ou legalista das leis mosaicas, que os levaram a ser uma classe separada. É importante observar que o santo é o separado para Deus no mundo, e não o separado do mundo para Deus. Esta diferença é fundamental, pois Jesus disse: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” (Jo 17:15).  A igreja então é separada para Deus no mundo, sendo livres do mal, mas vivendo com as pessoas do mundo, e respeitando estas pessoas. O desafio de participar do “Missio Dei” (Termo Teológico usado especialmente na área da missiologia para definir a “Missão de Deus”, que é buscar o perdido) é na verdade a aprendizagem deste princípio que muitas vezes levou à igreja a imposição pela força, e até pela violência da fé cristã, esquecendo da liberdade trazida pelo evangelho, impedindo o livre arbítrio. Liberdade esta que cria o ambiente de escolha pessoal, sem imposição e sem terrorismo psicológico.
O mundo pós-moderno vive num momento que a liberdade está sendo discutida, e provavelmente os lideres do ‘mundo tenebroso’ querem uma nova forma de liberdade, ou seja, a liberdade vigiada. Neste contexto de controle mundial para formação de uma nova era, ou uma aldeia global, infelizmente o fundamentalismo pode auxiliar aos estrategistas satanizados. Este perigo pode ser observado, e incentivado por muitos que não são da Igreja, com o objetivo de destruir a própria igreja.
A liberdade da graça redentora do Senhor Jesus Cristo pode ser reformulada num contexto fundamentalista, que recria o sentido de liberdade, num ambiente completamente escravagista. Entretanto o ser humano somente permite esta escravização por meio de um processo de conquista, que leva tempo. A igreja da mesma forma não se submete a escravidão fundamentalista sem um período de conquista e de convencimento.
O isolamento em si já é a criação de um ambiente de meditação. No meio deste ambiente é muito fácil por meio de repetição de conceitos, promoverem uma ‘lavagem cerebral’. O termo ‘lavagem cerebral’ tem sido muito usado para determinar o tipo de ensinamento de seitas, mas é um termo ‘emprestado’ da psicologia. Na psicologia o termo ‘lavagem cerebral’ pode ter alguns significados ou explicações, mas o perigo aqui enfatizado define a ‘lavagem cerebral’ como o comportamento produzido pela ‘repetição’ em um período de tempo. Para alguns demora mais tempo para que alguns comportamentos e crenças sejam modificados, para outros o tempo é bem reduzido. São vários os fatores que podem acelerar esta mudança de comportamento e crenças. Pavlov Ivan Petrovich que foi um dos fundadores do behaviorismo através de experiências com animais chegou a conclusões sobre as relações do condicionamento e comportamento.
 Seu experimento clássico foi o emparelhamento de uma campainha à alimentação de cães com bolos de carne. Cada vez que os cães eram alimentados, junto à entrega do alimento soava uma campainha. A isto se chama de emparelhamento de estímulos [...] o emparelhamento da campainha (estímulo condicionado) ao alimento (estímulo incondicionado) fez com que os cães passassem a salivar (resposta incondicionada) quando a campainha era tocada... A este procedimento foi dado o nome de condicionamento clássico ou respondente. (MIGLIOLI, A. M., et al. Administração – Conhecimento Humano e Técnológico Aplicado à administração. Ed. COC, p.98.)
Este tipo de ‘condicionamento clássico ou respondente’ pode-se considerar de uma forma de ‘lavagem cerebral’. O isolamento auxiliado pelo tempo promove um ambiente ideal para um tipo de ênfase apenas, e a total negação de outras opiniões, ou visões, isto produz uma escravização da ignorância e intolerância.
Outro aspecto é a demonização da teologia é uma característica que pode ser encontrado na igreja pós-moderna em alguns pastores como diz num site de teologia sistemática. “Muitos estudiosos da Bíblia nos dias de hoje estão menosprezando pessoalmente a Teologia Sistemática afirmando que por estarmos em uma época pós-moderna, as pessoas, os crentes de hoje, falando bem abertamente, não estão a fim de debruçar-se sobre este tipo de estudo. Alguns outros alegam que a Teologia Sistemática põe uma mordaça em Deus e Ele não teria mais liberdade para falar conosco por causa das definições teológicas. Quanta asneira! É indubitável a preguiça mental em muitos de nós”. (Retirado do site Observatório Teológico. Texto intitulado “Boa e velha teologia sistemática”. http://religiao.centralblogs.com.br/post.php?href=a+boa+e+velha+teologia+sistematica&KEYWORD=16426&POST=2882460. Acessado em 27/07/2010.)
Esta “preguiça” pós-moderna tem seu respaldo. O pragmatismo que “ensina que conceitos, idéias e pensamentos só têm valor quando seguidos de conseqüências práticas. A respeito da verdade, o pragmatismo diz que somente as idéias que produzem conseqüências; ou seja, se funcionam, é porque são verdadeiras; em outras palavras, aquilo que funciona tem, por de trás, um princípio verdadeiro.” (GALVÃO, Nelson.  Texto retirado do site Ministério CACP: http://www.cacp.org.br - http://www.cacp.org.br/estudos/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=930&menu=7&submenu=4. Acessado em 03/10/2010)
Os extremistas fundamentalistas demonstram um apego ao passado dos usos e costumes da sociedade norte americana considerando que eram mais ‘puros’, mas os conceitos pós-modernos já influenciam ou fortalecem a demonização do conhecimento.
 “Pastores há que alegam que suas igrejas “do século 21” não estudarão a Bíblia desta maneira porque querem ter mesmo são experiências com Deus (alguns dizem que o que importa mesmo é que o crente tenha “vida em Jesus”). O pragmatismo é claro nestas comunidades, porque tudo o que querem é “experimentar Deus” sem estudarem devidamente sua Revelação”. (Retirado do site Observatório Teológico. Texto intitulado “Boa e velha teologia sistemática”.
O endeusamento do líder é o outra faceta do fundamentalismo extremista que começa a ter uma autoridade que teoriza ou dogmatiza as doutrinas, e as outras opiniões teológicas são demonizadas. Julio Zabatiero diz sobre um posicionamento muito equilibrado que os lideres devem ter com a teologia.
“Invista parte significativa de seu tempo e do tempo de sua liderança no estudo sólido da teologia. Não de um teologismo vazio. Não de uma teolatria. Mas de uma teologia prática, relevante, fiel à Escritura e desafiadora. Não seja apenas um seguidor de modelos. Seja um criador, uma criadora de propostas atraentes e bem-sucedidas. Faça teologia! ...Não restrita às repetições de fórmulas e chavões confessionais. Teologia na prática!” In BARRO, Jorge H. Uma Igreja Sem Propósitos, 2004,  p. 211,212.
A intolerância aliada ao medo torna-se o maior aliado dos que querem controlar pessoas. A intolerância é uma ferramenta dos medrosos, pois aqueles que amam, não têm medo de tolerar, toleram até aquilo que intolerável, para amar o intolerante e o intolerável. No meio da tolerância, encontramos amor, pois quando toleramos: “tudo sofremos, tudo cremos, tudo esperamos” para sermos tolerantes. 

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Fenômeno Religioso - "a necessidade de Deus"


O Fenômeno Religioso é um fenômeno humano.

Sendo o professor da área de Religião, da faculdade, uma de minhas matérias é psicologia da Religião. Gostaria então de contribuir com o pensamento sobre este fenômeno humano que é constatado em todos os povos, todas as culturas, e em todos os tempos.

O Fenômeno é um fato constatável pela observação na Natureza. Alguns fenômenos podem ter explicações que diferem do perceptível, ou do visível, como é o caso no deserto da “miragem”. A “Miragem” é um fenômeno perceptível e visível, por qualquer um que ande no deserto. Eu mesmo andando no deserto pude ver  “miragem” de um grande lago, que não existia. Ao caminhar percebia que o “lago” desaparecia, e se distanciava. Este é um fenômeno explicável, pois é físico. Assim como a “miragem”, o fenômeno religioso é observado em todos os seres humanos. Talvez a explicação seja diferente do fenômeno, contudo utilizando das técnicas da psicologia podemos verificar este fenômeno. Existem algumas teses sobre a “origem” do fenômeno religioso, como as teorias de Freud, Jung, Gordon Alport e Anton Bolsen, mas nenhuma delas, no meu entender apontam para a explicação bíblica. Considero como um teólogo e cristão que a Bíblia não é um livro qualquer, é de fato o discurso divino para o homem. É uma revelação de sua pessoa e acima de tudo de sua mensagem para o homem. Deus quis falar com o homem de forma escrita, por isto começou a escrever a Bíblia de “próprio punho”, no monte Sinai com Moisés. Foi Deus que escreveu em tábuas de pedra os dez mandamentos, a constituição da lei mosaica.

Considero que Bolsen, um capelão e pastor evangélico,  foi o que mais se aproximou de um pensamento cristão e bíblico. Contudo as distorções promovidas por suas crises tenham o fixado em um ponto apenas, o ponto do conflito, da esquizofrenia. De fato o fenômeno religioso é fruto de um conflito, mas não o conflito sexual que Freud afirma ser, ou o conflito existencial que Bolsen afirma. Nem mesmo creio ser o inconsciente coletivo que Jung, que apesar de filho de um pastor protestante, afirma ser. Creio que também não é o PROPRIUM de Alport, e ele também era um professor de Havard, psicólogo e protestante.  A idéia que o fenômeno religioso resulta de apenas uma experiência pessoal, pode ser parte, mas não é a explicação integral, pois muitos tem a mesma experiência. O pensamento Freudiano, que nem mesmo dizia acreditar em Deus, o que o coloca como um pensador que ignora o óbvio, ou seja, a existência de Deus não é questionável, é óbvia, é lógica; é um pensamento humanista e sem qualquer embasamento bíblico. Em nenhum momento Freud considera a Bíblia como base de revelação. Qualquer ser humano sabe interiormente e após analise lógica da natureza que Deus existe e que se comunica com o homem. Estou sendo um pouco “radical” quando se pensa de forma cientifica, mas de forma teológica e cristã, estou sendo natural. Se alguém que se diz cristão, não crer na existência de Deus, e não colocar a Bíblia como a base de suas teses, este não é cristão, nem mesmo pode dizer que está com uma tese bíblica ou teológica, tem apenas uma tese cientifica.

Acredito que Bolsen chamou a atenção para o fato da crise ou do conflito humano que o fenômeno religioso tem dentro de sua existência. Que Alport chamou a atenção para a “pessoalidade” ou “expressão pessoal” do fenômeno religioso, pois o fenômeno religioso é além de uma expressão coletiva, pois é visto em todas as pessoas como Jung diz, também pessoal e individual. A idéia freudiana diminui o homem a classe animalesca, sem diminuir a grandeza da criação dos animais, mas apenas constatando que Deus criou o homem a sua “imagem e semelhança”, então dizer que a busca de Deus é apenas um desejo sexual, é biblicamente uma blasfêmia.

Então como disse vou contribuir com um conceito para a origem do fenômeno religioso. O fenômeno religioso resulta da necessidade natural e antrópica de unir o espírito humano ao Espirito de Deus, pois Deus é a fonte da vida, e o homem sente necessidade de ter comunhão com Deus.

Diante da origem do fenômeno religioso, que a “necessidade de Deus”, o ser humano cria “religiões”, ou forma de conduta para conseguir unir-se a Deus. Como o homem foi desligado, ou desunido por causa do que a Bíblia chama de pecado, o homem sente um vazio interior, que somente é preenchido por Deus, como diria Billy Graham. O fenômeno religioso se manifesta religiosamente, com Religiões, mas somente Jesus Cristo preenche a necessidade humana, pois somente Jesus pode ser o mediador entre Deus e os homens. Ele disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Jesus é a verdadeira religação com Deus, mas esta religação permanece no ser humano, pois mesmo depois de restaurado esta ligação, a necessidade não é suprida, pois foi criada por Deus como uma necessidade permanente, assim como comer, beber, e dormir. Existem necessidades humanas como procriar que podem ser suprimidas, limitadas e até rejeitadas, mas a “necessidade de Deus” é permanente, insaciável, e não pode ser retirada da natureza humana. O homem foi feito para ter um relacionamento com Deus, e para viver deste relacionamento com Deus, pois a fonte da vida é Deus.