sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Ferramentas para o Processo de Condicionamento Psicológico de Grupos de Conduta Coletiva


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No Processo de Condicionamento Psicológico encontramos `ferramentas´ que podem ser usadas de forma consciente ou inconsciente, mas são identificadas na prática.
Utilização de Ferramentas Psicológicas para Condicionar um comportamento de grupo, que é direcionado por uma liderança. Este condicionamento pode ser consciente ou inconsciente como dissemos.
O condicionamento consciente é baseado em estudos e técnicas aplicadas por profissionais, que orientam ou supervisionam a aplicação das ferramentas. Neste caso existem grupos que utilizam conscientemente estas ferramentas, e podem ser motivados por conceitos considerados bons ou maus. Os bons consideram que estão fazendo o bem para as pessoas, os maus são claramente egoístas, e estão convictos que estão apenas utilizando das pessoas para alcançar seus objetivos. Aqui novamente podemos ter objetivos positivos e negativos. Os positivos podem considerar que os “fins justificam os meios”, e neste caso procuram um resultado positivo para o grupo, mesmo provindo de um processo negativo, o que nos leva a repensar o que é positivo. Realmente é positivo o resultado, quando O processo é ruim? No pensamento cristão isto é o mal, não podemos usar pessoas para produzir resultados positivos. Mesmo que sejam positivos os resultados, o caminho que foi traçado não é o padrão de Deus. Então não podemos usar o mal para produzir o bem, pois do mal não vem o bem, somente Deus pode “transformar” o mal em algo que é bom, pois em sua misericórdia, Ele “conserta” ou “acerta” o fim. Já os negativos são claramente os resultados somente para os que utilizaram as ferramentas, e os “usados” ficam sem nenhum ganho.  Podemos ter objetivos positivos com um processo positivo, e resultados positivos.
O condicionamento inconsciente, eu creio, e quero crer, é a maior parte dos que utilizam estas ferramentas. São usados e usam. Ou seja, utilizam daquilo que já é utilizado neles de alguma forma por outros, ou por alguma ação espiritual. Nunca podemos como cristãos esquecer que por traz das ações humanas tem influencias espirituais, que deveriam ser as provindas de Deus, mas muitas vezes tem como origem o mal, o diabo e seus seguidores. A não crença no mal como seres espirituais é também uma forma de ser usado por eles. Eles sejam os imateriais, ou os materiais que são os “servos” usados, estão empregados de uma consciência das ferramentas, mas os usados finais podem ser inocentes neste quisito. Como disse usam, pois são usados, e usam sem saber que estão usando.
A Utilização de Ferramentas Psicológicas para Condicionar um comportamento, é parte do condicionamento de um grupo ou de um indivíduo. Estou relacionando algumas ferramentas que são utilizadas de forma consciente ou de forma inconsciente por grupos considerados como seitas. Contudo tenho de afirmar que o condicionamento não é um formato somente de seitas, o que verificamos é que seitas utilizam com mais freqüência, ou com mais quantidades as ferramentas associadas abaixo relacionadas. Este condicionamento é um processo inclusive cultural, em quase todas as sociedades. Existem empresas que utilizam destas ferramentas para propagar ou para impor seus produtos. É comum a grupos exotéricos a utilização destas ferramentas. Também é encontrado em sistemas marciais ou de treinamento militar. A formação de grupos de conduta coletiva é comum e historicamente muito utilizada. Regimes autoritários utilizam destas ferramentas. Mas como meu objetivo primordial é alertar a igreja, apoiar a apologética que visa auxiliar os aprisionados para se libertarem, pois não apoio a apologética que simplesmente julga, condena e exclui, ou pior, penaliza. Creio que Jesus não veio para julgar, veio para nos libertar do julgo da pena. Ele mesmo assumiu a pena para si mesmo, pagando-a no seu próprio corpo. Ele convidou os condenados a serem livres. Considerando as amplas possibilidades de diferença de opiniões e de organizações, gostaria de contribuir para a análise, detecção, reformulação de novos procedimentos não indutivos, e criação de possibilidades de escolha sem interferência coletiva, mas formação da decisão individual. Nos meus estudos observei estas “ferramentas psicológicas e sociológicas” em grupos de Condução Coletiva. Abordarei abaixo estas “ferramentas” considerando a forma de pensar dos participantes e a produção do condicionamento:
  1. Controle de todo meio de ensino – escola, livros, esportes, filmes, musicas, etc. A utilização dos meios de ensino tem sido uma das formas mais eficazes de condicionamento de grupos de conduta. A prisão numa conduta, é a formação desta conduta. A conduta é ensinada e reproduzida. Os motivos e objetivos da conduta são implantados nos participantes, que ficam “condicionados” a crer.
  2. Reformulação de Conceitos: Sentidos novos as palavras e conceitos (criação de gírias e novas palavras ou frases conceito). Esta ferramenta tem sido na verdade a formação de novas culturas. Palavras e conceitos novos, criam culturas novas. Os grupos de conduta formam culturas particulares, que normalmente somente são totalmente compreendidas pelos participantes.
  3. Isolacionismo Proibitivo: Impedir contatos com o mundo ou a igreja. Esta tem sido a ferramenta mais declarativa da formação de um grupo de Conduta. O isolacionismo é a marca dos grupos de conduta, ou do condicionamento deste grupo. Quanto mais isolado, mas fácil de controlar. Se este isolamento é proibitivo, ou seja, proibi a união com outros ou faz esta união submetida a rígidos padrões de controle do grupo. Algumas vezes a unidade com outros que não sejam do grupo, são tão controlados, que é uma unidade fingida e qualquer impacto no controlado.
  4. Autoridade Delegada Ditatorial e Controladora: (na maior parte é afirmado que é delegada por Deus). A Ditadura é uma ferramenta de controle de massas, e de grupos de conduta. Quanto mais o líder impõe sua vontade e seu desejo, mais o grupo é conduzido para o único objetivo, o do líder ou da liderança, que normalmente tem um líder. Contudo este líder precisa de buscar um apoio em Deus, e neste caso ele busca formas de provar sua autoridade delegada diretamente de Deus. O líder então precisa de testemunhos, de eventos, de sonhos, visões, profecias, ou qualquer tipo de meio formalmente considerado como “espiritual” para firmar sua autoridade. Quanto mais ditatorial, mais controlador. Quanto mai controlador, mas autoridade intocável o líder terá.
  5. Ligação intensa no Grupo Social: (Com três elementos de ligação, que são o caminho desta ligação: a conquista, o aprisionamento e a dependência). A ligação intensa é uma ferramenta que solidifica o grupo de conduta. Quanto mais intenso a ligação entre o grupo, mas aprisionado ao grupo, a pessoa estará. Por isto esta ligação precisa de ser ampliada de uma ligação puramente espiritual ou religiosa, para ligações mais fortes como casamentos, sociedades em empresas, adoção de filhos, empregos em empresas do grupo, empréstimo de bens e habitações, pagamento de dividas, ou formação de dividas, casas para moradia emprestada ou alugada, as vezes com preços pequenos, para produzir a dependência, caridade com objetivo de produzir o sentimento de gratidão aprisionado. São muitas as formas de ligação intensa. Não podemos considerar que a ligação intensa tem em si um sentimento puro de amor, ele tem no fim o desejo de produzir o aprisionamento no grupo.
  6. Afastamento Salvador: Necessidade de ser afastado do mundo (familia, amigos) e/ou igreja para purificação. O afastamento salvador foi uma marca de uma época medieval quando formou os conventos e monastérios. A idéia da purificação por meio do afastamento, é antiga, mas também é muito utilizada para o condicionamento coletivo.
  7. Separação Transitório ou Sacrificial: Necessidade da separação do mundo, igreja, familia, amigos, por um período limitado ou por necessidade de sacrifício para a salvação dos “perdidos”. Estas promessas em maioria não são concretizada, mas são consideradas necessárias para o condicionamento, ou para o afastamento de outras opiniões, que possam fazer o condicionado pensar diferente. Neste caso criar uma “utopia” é fundamental para forjar uma “utopia fantasiosa” que é imaginária e prometida. Aqui encontramos muitos deste tipo de condicionamento falando que “um dia” ou “em algum momento”, tudo mudará e eles serão mais inclusivos de todos. Isto teoricamente somente poderia acontecer se a utopia ou os objetivos finais fossem atingidos. Como a maioria absoluta das vezes ninguém atinge o final, o final sempre é apenas um alvo, e o caminho para o fim que é inatingível, promove uma separação, que normalmente para acelerar a chegada ao fim, torna-se mais forte a separação. É então um ciclo separatista infinito e constante.
  8. Padrão Moral condicionado: Uma moralidade interna, que recria os padrões sobre mentira, violência, ódio e amor, ou o que certo e errado. Uma moral adequada ao objetivos do grupo. A moralidade não tem como base a Bíblia, tem como base o que o grupo deseja da Bíblia. Neste caso a moralidade é reinventada para suprir o desejo de não errar, mesmo errando. Esta moral então encoberta o que pode ser óbvio para a maioria das pessoas, e utiliza desta própria realidade, que é de “ser óbvio o erro para todos” como parte do raciocínio de defesa. Ou seja, “como todos dizem que é errado, então é certo, pois o mundo não está do lado de Jesus”. Raciocínio antitético e dualístico.
  9. Tortura: (Psicológica ou física) Tolher de desejos do corpo, impor desconforto, ou sofrimento. A tortura é também um pensamento medieval de penitenciar para produzir santificação. E neste pensamento a tortura é um meio de produzir castigo que seria aceitável e até necessário para libertar-se do mal.
  10.  Medo: (formação do medo coletivo, criação do elemento de destruição – inferno, doença, morte, perda, incluindo bens e pessoas). Medo é a ferramenta mais forte de todo processo de condicionamento, e é a ferramenta de elo de ligação. A Bíblia diz que o amor lança fora o medo, e medo produz tormento. No tormento que o medo produz os grupos de conduta amarram os participantes. Demonstra que o verdadeiro amor não está sendo o motivador destes grupos. Mas o medo é visto em todo processo, e ele é as “correntes” que prendem o controlado.
  11. Aceitação do Castigo: criação de formas de castigos, que são purificativas, e reintrodutórias ao grupo. Além de necessárias para o cuidado e proteção do grupo. A tortura já é um castigo, mas agora temos mais uma ferramenta terrível deste processo, é a aceitação deste castigo. O controlado aceita de bom grado o castigo, a tortura, o medo, a ditadura, o afastamento e separação. A aceitação é a total subordinação sem resistência, ou com resistência fraca. Na verdade, o grupo de conduta produz várias formas de destruir a “rejeição” a qualquer parte do processo. A não aceitação é colocada em todo processo como rebelião, como erro, como destrutiva, como blasfematória, como traição, como loucura, enfim como algo maligno e fora da vontade de Deus.
  12. Vergonha: Formação de um sentimento de vergonha que produzirá a necessidade do castigo, incluindo tortura, e a dificuldade de sair do grupo, porque teme os grupos de fora e teme a perda. A vergonha então é a ferramenta final, que embrulha o processo ou que dá ao processo permissão de continuar. A vergonha nos faz esconder, assim como Adão fez com Deus no Éden. Este esconder promove mais afastamento e separação, permite mais isolacionismo, aumenta o medo, permite aceitar tudo, tenta entender os padrões e conceitos distorcidos do grupo, se submete sem questionar, se tortura e tortura a outros para tampar sua vergonha, por fim acaba se ligando mais com os outros que estão dentro do “mesmo barco” para não afundar, ou ser afundado. A vergonha acusa o outro, e não assume a culpa ou o erro. A vergonha nos afasta de Deus, e não permite respondermos ao convite de Deus: Adão onde estás? 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

PROCESSO DE CONDICIONAMENTO PSICOLÓGICO PARA O APRISIONAMENTO



Partindo do principio defendido aqui, que análise antropológica, considerando os aspecto sociológicos e psicológicos como parte do julgamento apologético de um grupo que está sendo considerado uma seita, eu coloco as ferramentas observadas por mim, em estudo aprofundado de grupos apontados como seitas. Esta ferramentas são “ferramentas de condicionamento”, utilizadas por grupos, por indivíduos, de forma consciente ou inconsciente para aprisionar os adeptos num controle dominatório, que na maior parte das vezes feri o principio fundamental bíblico do amor. Neste caso o grupo se torna mais forte que o mandamento de amar como Cristo amou. O grupo então acredita que o amor a Deus está ligado as normas de conduta e de crença impostos pelo próprio grupo, e mesmo que o amor não esteja sendo demonstrado de forma prática, para o próximo, o importante é o cumprimento da lei, não a salvação do relacionamento. O relacionamento fica em segundo plano, diante da lei, mas surge a pergunta: o que é maior a lei, ou o objetivo da lei? Para que a lei foi feita por Deus? Ela não foi feita para promover e produzir o amor? E se ela destrói e impede o amor? Será que compreendemos de fato esta lei?

Devemos estar consciente que o amor faz sacrifícios, que o amor age fora dos desejos do alvo de nosso amor, o próximo, e ainda que amor até faz feridas para curar as infecções, assim como o médico corta e opera para curar. Também devemos ser consciente que o amor produz divisões para dividir o amado daquilo que possa destruir ou possa impedir de amar. Contudo a motivação que é imaterial, sempre deverá ser o alvo de nosso julgamento. Neste caso julgar motivos, nos ligará as atividades. Que Deus nos ajude a ver nas atividades as motivações do amor, e não as motivações ligadas a rejeição, a auto aceitação, ao medo, a preservação própria ou do grupo, ao legalismo sem misericórdia, a subordinação sem consciência e sem liberdade, a preguiça de lutar pela verdade, ao egoísmo da complacência ou da comodidade. Enfim passo as ferramentas de controle para formação de grupos que poderíamos considerar “seitas”. Seguiremos este pensamento para auxiliar aqueles que podem estar sendo alvo de algum tipo de condicionamento, ou de alguns que estejam usando este condicionamento, mesmo que de forma inconsciente

domingo, 9 de dezembro de 2012

PROPOSTA PARA O CONCEITO DE SEITAS E HERESIAS



Considerando que todo grupo humano tem processos de condicionamento para criar uma forma de produzir o controle do grupo, relacionamos algumas ferramentas principais utilizadas para aprisionar um individuo dentro do grupo. Apesar de muitas vezes utilizarmos este discurso para delimitar os adeptos de uma seita, concluímos que o processo é muito mais amplo, e não pode ser aplicado somente ao grupo que chamamos “seita”. Antigamente utilizávamos o termo “seita” para um grupo dissidentes, ou separatista que seguia uma doutrina “herética” ou considerada “herética”. É interessante que muitos destes grupos após um período histórico ou de adaptação ao sistema religioso reinante, foram considerados igrejas ou até “avivamentos”, ou ainda “reformas de um sistema religioso”. É fato que o diferente é normalmente rejeitado, especialmente se este diferente é contrário a opinião do grupo reinante, ou dos lideres reinantes.
Por este motivo tenho observado que nossa Apologética Cristã tem seguido um caminho diferente ao caminho que a Igreja do período da Idade Média e Primitiva seguiu. Antes o pensamento estava mais ligado ao teológico, que seria um discurso mais baseado na fé, no credo, na doutrinas bíblicas. Para isto tínhamos estudos aprofundados que mostravam o erro daquilo que foi chamado de “heresia”. Estes estudos foram inclusive a base para a teologia sistemática, com inicialmente os credos e as confissões. Hoje, no entanto um novo fenômeno se observa, com um discurso mais psicológico, talvez pelo conhecimento da ciência da psicologia que se estruturou como um campo separado da teologia. Antes não se conseguia pensar no homem como um ser separado entre a alma e o espírito. Hoje parece que querem dividir a “psique”, do “pneuma”, mas a própria Bíblia diz que somente a Palavra de Deus tem o poder de “dividir alma e espírito”. Pensar na “psique” do homem sem pensar no seu sentido religioso ou imaterial ou espiritual, é dividir o indivisível.
Contudo verifico a necessidade de criar um novo discurso apologético para perceber as formações de grupos religiosos, que tem mais ligações sociais que espirituais. Neste caso apesar da dogmática poder seguir uma linha correta ou aceitável dentro dos padrões bíblicos, a linha de unidade sociológica pode estar deturpada, no que concerne aos padrões de relacionamento humano estabelecido por Deus. Neste caso, mesmo que pessoas creiam de forma correta com relação à doutrina bíblica, considerando os níveis de aceitabilidade do processo de salvação, mesmo assim podem estar se tornando uma “seita” no aspecto sociológico e psicológico. Considerando este aspecto, gostaria de sugerir que deveríamos reformular nosso conceito de “Seita”.  Na verdade, creio que este conceito já foi reformulado, mas muitas vezes não se percebe esta mudança, neste mundo que passou da modernidade, para a pós modernidade.
Seita é um grupo que segue uma crença que produz o afastamento e até o rompimento do padrão bíblico de relacionamento com Deus e com o Próximo.
Neste caso colocamos a análise teológica, junta com a análise antropológica, considerando os aspectos sociológicos e psicológicos como fatores unitários para julgar o grupo que está sendo considerada uma seita. Neste caso mesmo que o grupo siga todos os aspectos dogmáticos, que são estudados na teologia, teriam também que seguir também os aspectos de relacionamentos. Consideremos o AMOR na dogmática e prática cristã como o aspecto fundamental que deve criar os relacionamentos, seja com Deus, seja com o próximo. Quando o dogmático cria uma vertente que impede a manifestação plena do Amor, podemos perceber uma vertente com pensamentos heréticos ou de aprofundamento numa linha fanática ou desprovida da fonte do cristianismo que é o Amor. Deus é Amor, e a forma mais clara do evangelho é o “o porquê Deus amou e deu seu Filho Unigênito, para que todo aquele que n’Ele crê,  não pereça, mas tenha a vida eterna”. Creio que aqui está à base da análise teológica, o AMOR foi o ponto fundamental do evangelho, e toda dogmática deveria ter como base o “ferir o principio do amor”. Uma dogmática que exclui o amor como a base do evangelho, pode levar a um legalismo intolerante e inclusive herético. Incluo aqui a analise da expressão de Deus, que deveria sempre ser fundamentada na revelação da humanidade de Cristo. Cristo na terra era Deus sendo manifesto, e isto deve ser então a base para interpretar Deus durante toda Bíblia, pois Deus não muda, e Jesus é Deus na terra. Jesus foi a plena manifestação de como Deus se relaciona com o Homem. Ao olhar para o Jesus julgando a adultera que os homens trouxeram, cheios de atitude religiosa, vemos como Deus age.
Neste caso faço duas as minhas observações neste texto, primeiro como já disse é a proposta de uma nova conceituação de “Seita”, e segundo é uma nova visão de análise teológica sempre considerando o “relacionamento guiado pelo amor” como a forma mais concreta e correta de verificar a discordância doutrinaria.
Heresia é o entendimento e interpretação errôneo das Escrituras Sagradas, a Bíblia, considerando sempre o impacto desta doutrina na criação de um relacionamento de amor produzido com Deus e com o próximo.
Neste caso, uma doutrina ou dogmática que afaste o principio básico que Deus é amor, e se relaciona com amor com o homem, e ordena que o homem se relacione com Ele e com o próximo em amor, pode ser considerado uma doutrina herética. Mesmo que a base do pensamento sobre o amor seja sua soberania, e tenha no final um fim da bondade, misericórdia, paz, benignidade e fidelidade. 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

APOLOGIA DA VERDADE


Atualmente leciono numa faculdade teológica aqui na África, e fui convidado para a matéria de Religiões e Seitas. Considero o campo de conhecimento que a matéria aborda a Ciência da Religião e a Apologética. A Ciência da Religião aborda todo fenômeno religioso do ponto de vista antropológico, ou seja, como o homem ser relaciona com a Religião. Sem considerar o fato concreto da existência de Deus, que mesmo num estudo aprofundado desta ciência, todos teriam que concluir que Deus existe, pois não podemos pensar em algo que não existe, ou que não é baseado no que existe, a Ciência da Religião aborda que em todos os seres humanos, em todas as culturas, em todos os povos, em todas as épocas, o homem sente a necessidade ser ligado com o divino. Este “divino” pode ser interpretado como Deus ou como deuses, contudo é fato que o Homem sente que existe um Ser Superior. A idéia ateísta que não existe Deus é tão ilógica, que fere o principio do pensamento aristotélico defendido hoje como verdadeiro.

Não acredito no estudo da Ciência da Religião, para um Cristão, sem a unidade com a Apologética, pois qual seriam o objetivo de um Cristão estudar outras religiões ou divisões das religiões, as seitas, e no caso específico as seitas cristãs, sem ter o objetivo de conhecer para utilizar. Sem dúvida, partimos do pressuposto que nossa experiência com Jesus nos esclareceu a Verdade, pois Jesus disse: “Eu Sou a Verdade”. Outro pensamento diferente do ensinamento Bíblico não é a Verdade. Sei que isto vai contra o pensamento atual da busca da harmonização de idéias, e o ecumenismo como forma de encontrar a Pacificação mundial ou dos grupos sociais. Mas a negação da Verdade, não é a melhor forma de encontrar um meio de unidade, a liberdade de expressão pode ser uma forma de promover a conversa, e permitir a continuação de uma conversa até que encontremos a Verdade, contudo a aceitação do que não é Verdade, não ajuda a descobrir a Verdade. Quando estudamos a distorção da Religião no homem, queremos conhecer para ajudar no processo de recondução ao Caminho da Verdade. Jesus disse: “Eu o Caminho”. Para todo que crê em Jesus, a fé no que Ele disse tem que ser absoluta, senão teremos que crer que Ele era um “louco” ou um “mentiroso”. Ele não deu possibilidades de encontrar uma Verdade Maior, como fez outros grandes pensadores como Buda, Maomé, Confúcio, Gandhi, Marx, Freud, Platão, Alan Kardec. Jesus disse que Ele era a própria Verdade. Ele não disse que tinha a Verdade, disse que Era a Verdade.
Então a Apologética é a construção de um discurso religioso concreto, lógico, cientifico e claro da Verdade. É a defesa da Verdade. Por isto estudamos o que outros pensam sobre Deus, ou sobre o divino, para que possamos ajudá-los a encontrar a Verdade, que é Jesus, o único caminho para Deus, ou melhor, o caminho em Deus. Mas não somos colocados como os juízes, e sim como advogados, que devem lutar pela defesa da verdade,  e principalmente da ajuda de pessoas que buscam o apoio diante da sentença. Se um advogado pudesse pegar todos seus clientes e sabendo que eles são culpados, pudesse um salvo conduto de total perdão, que advogado não faria isto?! Nós temos condições de ajudar pessoas condenadas e auxiliá-las com o perdão total no tribunal de Deus. Jesus não veio condenar, pois as pessoas já estão condenadas, Jesus veio salvar. E esta tem que ser nossa atitude, a mesma de Jesus.