sábado, 21 de setembro de 2013

A arqueologia Bíblica e o pressuposto da revelação universal

A arqueologia tem que ser aceita assim como todas as ciencias humanas como uma ferramenta de interpretação e de compravação desta interpretação do significado bíblico. Contudo a revelação do significado da mensagem divina que está na Bíblia não é fundamentalmente uma revelação natural e física, apesar de ser antrópica,pois os homens precisam de compreender a mensagem. O homem não compreenderá uma mensagem que Deus comunique, se Deus não comunicar de formas compreensiveis ao sentido humano. O homem tem sentidos que percebem o mundo, mas também tem um sentido metafísico e/ou espiritual que também se comunica com Deus, ou que Deus se comunica com o homem. A comunicação divina então não é limitada a lógica e a razão, está também ligada a fé. A arqueologia pode dar fatos lógicos e racionais, contudo não pode incluir a fé, portanto a arqueologia assim como toda ciencia humana não pode ser a base da verdade ou do significado bíblico. A interpretação da Biblia tem que seguir o pressuposto que a compreensão do que está escrito na Bíblia é acessível a todos que podem ler ou ouvir as palavras da Bíblia. No tempo do Velho Testamento e mesmo uma boa parte da história humana, até o tempo moderno, os homens não eram alfabetizados,portanto não sabiam ler, isto no entanto, não foi motivo que impediu a interpretação ou a compreensão da Bíblia por pessoas comuns, pois a leitura pública e o ensino por meio de parábolas, provérbios, salmos e outras formas traziam a mensagem para o povo comum. Diante deste pressuposto que Deus é acessível a todos os seres humanos, pois Ele não faz acepção de pessoas, sua revelação também é acessivel, a partir do momento que ela é “apresentada” ao homem. Obviamente estamos diante do fundamento da comunicação que é tem que haver um comunicante e um comunicado, e a comunicação tem que existir, senão não existe comunicação. Mas esta comunicação é compreensivel, ou antrópica, pois Deus quer se revelar, não quer se esconder, contudo parte de sua revelação é simbólica, pois Deus promove a busca como forma de promover a sinceridade e a honestidade da compreensão humana. A arqueologia então não pode suprimir a fé, nem mesmo se tornar a fonte da interpretação, pois o contexto histórico é apenas uma realidade cultural, mas não é a fonte de revelação. O autor bíblico pode ter tido uma mensagem superior aos seu próprio conhecimento ou de seu povo, ou pode ainda ultrapassar um paradigma cultural, criando um novo conceito. Sua crença pode ser até uma contradição de um conceito cultural de sua história. A arqueologia assim como todo conhecimento científico humano, seja histórico, antropológico, psicológico, sociológico, filosófico, todo conhecimento não compromente a revelação universal de Deus,pois Deus se revela para todos, e todos podem compreender a mensagem de Deus. A Bíblia que é sua revelação escrita é compreensível a todos os homens, mesmo sem conhecimentos, os homens que ouvirem ou lerem a Bíblia poderão entender sua mensagem. O único impeditivo não é o conhecimento, é a comunicação, ou seja, o homem precisa "ouvir" ou "ler" esta mensagem escrita para compreende-la. Então como ouvirão se não há quem pregue? E eu acrescentaria: Como lerão se não há um livro traduzido em lingua compreensivel em suas mãos? Este é meu 51 texto do Blog!

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A Concepção de Caos na Criação

A concepção de “caos” na palavra apresentada em Genesis 1.2 pode ser contextual, assim como já discutimos o termo “céu”. O termo “caos” produz no homem moderno um sentido de um “universo ou céu” desorganizado, ou em estado de total crise, como um ambiente de guerra ou de devastação. Quando então pensamos em “caos” ligamos logo a um motivo que criou este caos, torna-se natural então pensar que houve uma situação que criou este caos. Por este pensamento que criou-se a teoria da guerra angelical que produziu o caos, como forma de explicar a existência do caos, pois o caos no conceito moderno não encaixaria numa obra de Deus. Para então explicar a existência do caos, teria que ter acontecido um evento anterior que produziria o caos, mas isto não poderia ter sido um caos produzido por Deus, ou mesmo, o caos não seria a situação original da criação, pois o caos neste caso está sendo ligado ao mal. Mas e o conceito da cosmovisão contextual do texto bíblico, ou dos tempos de Moisés ou do antigo Egito? Quando olhamos para este período, o caos se torna um “ser” ou um “estado” personificado ou seja um tipo de “deus”. Este “deus” opõe-se a outro que seria o “cosmos”. O Caos seria um deus em estado desorganizado e o Cosmos um deus organizado. Como um dualismo que se contrapõe e ao mesmo tempo equilibra a existência do universo. Olhando por este aspecto, poderíamos interpretar o caos de Genesis 1.2 como um momento de desorganização, daquilo que já foi criado, ou ainda do momento de organização daquilo que estava sendo criado, como se fosse um momento físico de organização diante do desorganizado. Isto poderia ser apenas o próprio momento da criação, e não um tipo de recriação ou reorganização daquilo que tinha sido desorganizado, pois havia sido criado organizado antes. O pensamento que Deus teria que ter criado organizado é somente uma suposição, não um pressuposição lógica, na verdade, a idéia que o organizado foi organizado do desorganizado é até lógico no conceito físico que vivemos. Voltando ao pensamento contextual da época a idéia da reorganização também pode ser readmitida, pois o próprio pensamento de um caos gerado por um tipo de guerra espiritual anterior, é também o pensamento antigo, que ligava a possibilidade de seres estarem produzindo um caos, ou uma desorganização até que um Ser maior põe fim a desordem ou ao caos, estabelecendo a ordem, ou o estado atual do universo. Este pensamento cria a possibilidade uma nova desordem, ou de eminentes guerras entre os deuses, que possam tomar posse do domínio celestial e assim estabelecer uma nova ordem celestial. A idéia que o caos foi um descontrole de Deus, cria também uma hipótese de falibilidade de Deus, ou ainda de retirar de Deus o controle ou poder sobre o universo. É como se Deus tivesse perdido o controle, então o universo tivesse entrado em caos, ai Ele reconquistou. Mas isto retira de Deus sua onipotência, onisciência e O coloca como um “ser” presencial que é falível e é interferivel sua atuação. A idéia egípcia de um deus maior emergindo das águas ou de um mar pré-existente, também cria uma idéia de um deus inferior ou de um deus adormecido, que surge num momento que ele mesmo não criou ou não tinha poder de modificar. A idéia final do versículo que diz estar o cosmos “sem forma e vazio” pode trazer de novo o pensamento da destruição, mas pode ser o momento da “organização”. Percebemos então que estes dois pensamentos se contrapõe, mas também podem se completar, ou ainda podem se explicar. Também podem ser aplicados aos dois momentos históricos, ou seja, o período antigo dos tempos das escritas bíblicas e o período moderno da leitura do texto. Mas tempos que sempre considerar que a Bíblia não se submete ao pensamento humano, ela está relatando a verdade absoluta e eterna de Deus, portanto apesar do pensamento contextual seja ele moderno ou histórico, com certeza Deus não está submetido a uma sociedade de deuses, nem foi atingido por um episódio que não tinha controle, ou ainda nem perdeu o controle ou o governo da situação. Ele sempre será o Deus todo poderoso, soberano, onisciente, onipresente, e eterno.