quarta-feira, 6 de março de 2013

Fundamentalismo - Uma Benção ou uma maldição?


Na minha dissertação de mestrado, que teve como especialização a teologia sistemática, abordei o tema: Os perigos do fundamentalismo norte americano nos Woffers. 
O fundamentalismo norte americano tem alguns períodos, e foi o grande fomentador e formulador do fundamentalismo religioso, junto com o fundamentalismo germânico  que juntos formam a maior parte do teólogos protestantes. 
Os Woffers são um grupo cristão de forte tendencia fundamentalista norte americana. A própria tese missiológica que considera a cultura americana, também chamada de "American Life", como a cultura cristã a ser imposta para a existência do cristianismo puro, é parte de sua crença prática. As outras igrejas pertencentes ao movimento são claramente dominados pela cultura americana, rejeitando a cultura local. Apesar do termo Woffers parecer uma tentativa de igualar ou identificar a palavra "Wolf", por alguns apologistas norte americanos, o que encontramos em sites, não consideramos o termo agressivo, pois a designação formal do movimento é WFF, sigla de sua igreja. Portanto os Woffers seriam apenas a ligação a sigla. Os Woffers são um movimento cristão, que para muitos tem sido considerado uma seita, contudo após uma análise puramente teológica podemos chegar a conclusão que são cristãos, pois seguem o credo apostólico e as bases reformistas. Tem a tendencia das correntes teológicas chamadas: Batalha Espiritual, incluindo a teoria da libertação de cristãos, e o Movimento da Fé, promovido por Kenneth Haggin, incluindo a teologia da prosperidade e do triunfalismo, com forte tendencia imperialista americana. Considerando a análise sociológica e psicológica do grupo, tem formação que seria classificada pela Ciência da Religião como seita. 
No blog segue toda dissertação, mas abaixo a resenha.

FALEIRO, Marco Antônio de Castro. Os Perigos do fundamentalismo norte americano retratado nos Woffers. Macapá, 2010. 137 p. (Tese para conclusão do Mestrado em Teologia Sistemática da Faculdade FAMA).


 
Exemplifica os perigos que o pensamento fundamentalista pode promover na igreja. O trabalho conceitua o fundamentalismo cristão de linha evangélica com uma ênfase na experiência histórica norte americana. Os perigos são classificados em tópicos, e a experiência dos Woffers, um movimento fundamentalista do sul dos EUA, que tem suas filiais em alguns pontos do mundo, demonstra o extremismo do fundamentalismo norte americano. Os Woffers são defensores dos princípios fundamentais na busca de uma santidade afastando do mundo “profano” e da “igreja meretriz”, mas assim como os fariseus que formaram um manual para cumprir a lei, os Woffers acreditam que somente por meio do cumprimento de seus costumes e usos, a santidade será alcançada. Os Woffers como quase a totalidade dos movimentos de origem cristã da igreja nascem no meio de cristãos sinceros e desejosos de descobrir a vontade de Deus, os Woffers acreditam estar fazendo a vontade de Deus, e de ser o “mover de Deus” na terra. Na sua forma de crer os Woffers demonstram os perigos que o fundamentalismo extremista norte americano pode chegar. O Trabalho também sugeriu algumas hipóteses para eliminar ou minimizar os perigos que podem levar uma igreja para o extremismo ou até para fora do Cristianismo. Este trabalho conclui com um alerta para que as igrejas que podem promover os mesmos erros cometidos pelo extremismo fundamentalista, não promovam uma ética fundamentalista sem os princípios do maior mandamento de Jesus, o Amor. Este trabalho demonstra como um movimento fundamentalista pode chegar a extremos perigosos e despertar a igreja para que não “alimente” algumas facetas destes perigos em sua práxis religiosa.