sexta-feira, 14 de setembro de 2012

EU TENHO O DIREITO DE SER FELIZ?


Será que o homem tem o direito de ser feliz? Ou o homem tem o direito de buscar a felicidade? Biblicamente falando o homem por causa do pecado no pecado não pode e não tem nenhum direito de ser feliz, na verdade tem o direito da tristeza eterna, pois o salário do pecado é a morte. Enquanto o homem não encontra Deus, o direito pela felicidade está impedido pelo pecado. Mas buscar a felicidade é um direito do livre arbítrio humano, sem entrar na discussão da predestinação. E a busca desta felicidade tem limites ou é sem limites? O homem encontrará a felicidade através de sua força ou através da força de Deus?

Vamos falar de alguns conceitos pós modernos, desta sociedade globalizada, o individualismo e o hedonismo. Existem duas frases que demonstram muito o novo conceito pós moderno do individualismo e o hedonismo como base da nova sociedade, apesar de ser apenas uma forma de manipulação, pois no final é o “sistema deste mundo” que estabelece os modelos a serem cultuados, servidos e imitados. Estas frases são: “ O que tem haver isto”  ou “eu não concordo”. É tão fácil para a maioria da geração atual expressar sua opinião, como um direito adquirido ou uma norma a ser seguida. Os conceitos bíblicos como: “o coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa vem dos lábios do Senhor”, ou “o sábio ouvirá e crescerá em conhecimento”, “ouvi, filhos, a instrução do pai, e estai atentos para conhecerdes a prudência”, “sobre tudo que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”, “os lábios do justo sabem o que agrada”, “o mexiriqueiro revela o segredo, mas na multidão de conselhos existe segurança”, “o que guarda a sua boca conserva a sua alma, mas o que abre muito os seus lábios se destrói”,  “ansiedade do coração deixa o homem abatido, mas uma boa palavra o alegra”, “o que se indigna à toa fará doidices, mas o tolo se encoleriza, e da-se por seguro”, acrecento aos conselhos de Provérbios as palavras em Eclesiastes: “tudo tem o seu tempo determinado...há tempo de ... estar calado, e tempo de falar... tempo de guerra e tempo de paz...” e as palavras de Tiago: “Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo corpo. De uma mesma boca procede benção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim...”.

O egoísmo é tão forte no conceito individualista e hedonista que a maioria que vive influenciada por este novo estilo de vida globalizado, não consegue ver como suas atitudes, palavras ou ações podem influenciar, ferir ou desviar as pessoas. Por isto é fácil dizer que “não tem nada haver eu fazer ou falar isto”. O “eu não concordo” é mais ostensivamente e um meio mais impiedoso de rebeldia contra autoridades, mas também é um o caminho para dizer “não vou fazer”, ou “o problema não é meu, eu faço somente minha parte”, ou talvez seja uma forma do mundo atual dizer: “eu somente farei aquilo me que faz feliz”. Mas a vontade do homem traz a felicidade, ou é a “boa, perfeita, e agradável” vontade de Deus que trará a felicidade plena e eterna? Perguntas, e respostas nas perguntas, o difícil é querer aceitar o que é óbvio, ou o que é a verdade incontestável e absoluta da Bíblia. O homem somente será feliz quando fizer toda a vontade de Deus, e terá parte da felicidade se fizer parte da vontade de Deus. A felicidade está ligada a Deus, nunca o materialismo e o humanismo egoísta poderão preencher o vazio da necessidade humana da comunhão com Deus, que envolve em fazer d’Ele o Senhor de sua vida. Esta necessidade humana de Deus, que poderia ser classificada antropologicamente como o desejo religioso pelo divino, é inerente, insubstituível, e principalmente irrevogável. O homem precisa ou necessita de Deus para ser feliz. E esta história de dizer que “serei feliz, custe o que custar”, é um modismo ridículo e não cristão.

O hedonismo é talvez ainda pior que o individualismo, mas procede dele, pois retira o sentido do amor ao próximo e a Deus e o focaliza somente em si mesmo. É a grande frase do inferno que invadiu o mundo e até mesmo a igreja: “Eu tenho direito de ser feliz” ou “Serei feliz custe o que custar”. Mesmo que isto custe sua salvação? Que custe ferir o próximo? Custe ferir a Deus? Custe “passar por cima dos outros e de tudo”? Custe viver fora da vontade de Deus? Custe ficar em seu conforto, enquanto o resto do mundo morre e vai “pro inferno”?

A felicidade do ser humano custou um alto preço, o maior que em todo universo alguém poderia imaginar ou prover. O preço foi pago por Deus, por meio de seu único filho, Jesus Cristo. A felicidade custa caro, mas o homem não tem como pagar, ele tem como receber por meio de Jesus. A “alegria que Jesus dá, o mundo não pode dar”, frase bonita e bem “crentês”, e talvez não tenha outra melhor, pois a felicidade que o homem procura não está na “força de seu braço” ou do seu esforço, mas somente do reconhecimento que nós precisamos d`Ele e n`Ele temos alegria. Esta idéia que invade até a igreja, querendo criar uma geração de crentes “fortes o suficiente para obrigar a Deus a fazê-los feliz”, pois eles “exigem de Deus” a felicidade, é tão hedônica e individualista como tudo que o mundo ensina. Deus não é obrigado a nada, Ele é suficiente em si mesmo, por isto é trino, pois Deus tem todas suas necessidades de comunhão e amor dentro de si mesmo. Deus é feliz em si mesmo, Ele se ama é é amado por si mesmo. Nós, não somos como Deus, precisamos d`Ele, e para ser completos precisamos d’Ele com os outros próximos, apesar d`Ele ser o suficiente caso os outros faltem, mas este não é o plano de Deus. Deus planejou para que vivêssemos como família, ou como uma sociedade de famílias.

Talvez o melhor seria dizer: “Eu quero ser feliz”, ao invés de dizer, “eu tenho o direito de ser feliz”. É mais respeitoso falar assim com Deus. O direito a felicidade é na verdade a busca da felicidade. O homem é pecador, e seu direito segundo a justiça divina é de ser infeliz, pois o pecado traz tristeza, dor, morte e destruição. Somente por meio da salvação o homem adquire o direito a felicidade, ou seja, por meio de Cristo, me torno digno de ser feliz. Não existe felicidade fora da vontade de Deus, ou fora de uma comunhão restabelecida com Deus. Jesus disse que a alegria que Ele dá, o mundo não pode dar. O texto de Filipenses diz: “Alegrai-vos no Senhor”. A origem da alegria, ou da felicidade é a comunhão com Deus, que é em si mesmo totalmente suficiente para si mesmo, sendo Ele feliz em sua comunhão triunitária. O amor é a origem da felicidade, sem amor, não existe felicidade. O amor que Deus tem em si mesmo, ou por si mesmo, considerando que Ele ama e é amado, na trindade Divina, o faz feliz plenamente, pois não pode ser dividido, destruído, ou modificado, é perfeito. O amor que podemos receber de Deus, através de relacionamento com Ele, é o inicio de nossa felicidade. A felicidade então somente existirá se amarmos ao Senhor Deus de todo nosso coração, e amarmos ao nosso próximo, como amamos a nós mesmos. O amor de Deus em nós fluirá uma felicidade que transcende as situações que passamos, ou melhor, mesmo nos momentos difíceis, poderemos ser felizes, pois sabemos que somos amados e amamos. O amor vence a infelicidade, pois o amor é feliz. O amor é na verdade a verdadeira busca da felicidade. Por isto homens e mulheres que buscam no amor carnal, físico ou mesmo na paixão de um relacionamento que se limita ao período chamado por nós de “vida física”, não é completo, é imperfeito, pois é dependente do tempo, do espaço, e das situações. A falta do querido traz infelicidade, e Deus nunca estará longe, somente nós podemos afastá-lo, apesar de Ele estar presente sem o percebermos. O pecado nos cega, e nos impede de ver o amor, e a presença de Deus, mesmo que este pecado seja a soberba de pensarmos que podemos ser felizes sem Deus, ou usando Deus como se Ele fosse uma “droga” para os momentos difíceis.

“Ser feliz custe o que custar”, não é uma frase de alguém que quer ser feliz, a melhor frase seria: “Custe o que custar amarei”. Neste caso você está pronto a fazer tudo para amar, e isto é à base da felicidade. Não há alegria sem amor. E o verdadeiro amor vem de Deus, pois Deus é amor. Quando entregamos nossa vida a Jesus, para Ele ser o Senhor absoluto de todas suas decisões, e atitudes, estamos no caminho da verdadeira alegria, que não está fundamentada em situações, mas em uma paz interior. Deus sabe como amar, pois Ele amou de tal maneira, ou custando tudo que poderia custar, dando seu único Filho, Jesus, para morrer em nosso lugar, ou para receber toda infelicidade em si mesmo, para podermos ser felizes.


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Existe Liberdade sem a Verdade?


O homem pós moderno quer construir uma “liberdade” sem a redenção, ou a graça de Deus. Como? Olhando para trás vemos Kant substituindo a graça pela liberdade. Enquanto os teólogos falavam de natureza e graça, Kant falava de natureza e liberdade. Com seu racionalismo Kant buscou uma forma lógica de descobrir a liberdade advinda do estudo dos fenômenos da natureza. Uma forma “cientifica” de ser livre. A liberdade de Kant e dos renascentistas era uma liberdade humanista, sem a necessidade de Deus ou de sua redenção. A liberdade adquiriu um sentido diferente do sentido que Jesus Cristo deu a ela. Jesus disse: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32).
Rousseau foi mais longe e buscou a verdade de forma política, e implantou todo tipo de conceito que restringe a liberdade. Este conceito atingiu a Revolução Francesa, a Maçonaria, que transmitiu para os republicanos. Os EUA foram forjados neste conceito de liberdade, igualdade e fraternidade. A liberdade e a igualdade, que estaria fundamentando a fraternidade, tem sido buscada sem a presença de Deus. Como se Deus fosse descartável neste processo de busca da liberdade. Existe liberdade sem Deus? Ou Igualdade sem Deus? E mesmo Fraternidade sem Deus? É certo que não, Deus é a fonte da liberdade, da igualdade e da fraternidade, que nasce da verdade que nos leva a seu Amor Redentor.
A liberdade pós moderna é uma liberdade individual, egocêntrica, e sem restrições. Como se o homem pudesse viver sem um Senhor, sem uma lei, sem uma moral, sem um Deus. Esta busca de uma liberdade que dá o direito ao homem de fazer o que quiser fazer, sem dar “satisfações” a ninguém, tem formado uma geração egoísta, sem respeito ao próximo, e sem respeito a Deus. “Porque preciso de Deus?” – Seria a pergunta de uma geração forjada na “teologia kantiana voltariana e hegeliana”. “Sou suficiente para mim mesmo”; diria a geração que busca esta liberdade a qualquer preço. Não seria então a idéia da felicidade a qualquer preço, a mesma que a liberdade a qualquer preço?
A liberdade naturalista que diminui o homem a categoria de um animal, e digo diminui, porque o homem foi colocado superior aos animais, é o próximo passo na liberdade sem Deus. Posso fazer tudo, pois sou como os animais, diriam os naturalistas, tenho “desejos” que não podem ser limitados, ou presos. Estes pensamentos naturalistas permitem o homem reagir não como animais, mas como monstros, pois os animais são mais morais. Os animais seguem as leis da natureza, que Deus estabeleceu, e isto os torna livres, é o pecado do homem que os aprisiona. Os animais não vão contra sua natureza, a não ser que o homem intrometa no processo natural. E os homens querem viver com uma liberdade que nem é natural ao próprio homem. Isto produz situações deformadoras no homem, fazendo o homem querer ser o que Deus não o criou para ser, e então sua vida torna-se não animalesca, mas destrutiva e anômala. A liberdade tão fortalecida pelos racionalista e naturalistas retirou Deus, amor e moral, e colocou o “eu” como o centro da existência humana. Este “eu” que Descartes estabeleceu como a única prova do real com seu dito: “cogito, ergo sum” (Penso, logo existo); e se existo não há duvida que eu sou o centro da existência. Este o “eu” que Voltaire zombaria para poder promover sua liberdade de falar, mesmo que isto destruísse todo conceito de um Deus amoroso e desejoso de salvar o homem. Este “eu” que Darwin diria ser meio macaco. Este “eu” que Freud tenta explicar, e coloca todo desejo do homem em sua sexualidade. Um “eu” tão defeituoso que nem mesmo sabe como ser livre, no meio de uma liberdade que é propagada como ‘conquistada’.
A liberdade oferecida pela cosmovisão pós moderna é uma liberdade escrava do medo, pois o homem sempre teme ser dominado. Na liberdade de Deus, o homem não teme ser dominado, pois já livremente torna-se servo do Senhor. Uma dominação livre da tirania que o mundo oferece, uma dominação de amor e verdade. Porque não ser livre dentro do domínio de Deus? Pois o homem sempre estará sobre um domínio, mesmo que este domínio seja o seu próprio desejo de ser como Deus, ou seja, auto suficiente.
Jesus ofereceu a liberdade através do conhecimento da Verdade, mas Ele também disse em João 8:45,46 – “Mas, porque vos digo a verdade, não me credes. Quem dentre vós me convence de pecado? E se vos digo a verdade, por que não credes? A liberdade do homem iniciará quando o homem quiser aceitar a Verdade, que Jesus ensina. Ele também diz em João 14:6 – “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”. Então através de um relacionamento com Jesus, você compreenderá o que é a verdade, andará no caminho certo, e viverá a vida. Diante de todas as palavras de libertação de Jesus para a humanidade, Ele que foi Homem como nós, apesar de ser Deus, mas ter se limitado a nossa forma humana, o homem que quer ser livre tem que buscar a verdade. Mas isto somente acontecerá “se, pois, o Filho (Jesus) vos libertar”... (João 8:36); porque a liberdade que provem da libertação de Jesus, é uma liberdade que “verdadeiramente (sereis) nos faz livres”.